Sobe para 48 o número de mortos em ataques na Índia

Mortos nos atentados cometidos por separatistas da Frente Unida de Libertação de Assam eram, em sua maioria, trabalhadores e comerciantes

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Por Agencia Estado
Atualização:

Rebeldes separatistas no Estado de Assam, no nordeste da Índia, mataram 48 pessoas, a maioria trabalhadores e comerciantes, em uma série de ataques coordenados durante a noite, disse a polícia neste sábado, 6. A polícia informou que guerrilheiros fortemente armados da Frente Unida de Libertação de Assam (Ulfa, na sigla em inglês) abateram a tiros pelo menos 32 pessoas em um remoto vilarejo em Tinsukia em ataques separados. "O massacre aconteceu em uma área inacessível e as vítimas são na maioria oleiros e vendedores de leite", disse um oficial da inteligência à agência de notícias Reuters em Guwahati, a principal cidade do Estado. Outros 15 trabalhadores, incluindo uma mulher, morreram em dois ataques separados no distrito de Dibrugarh. Outra pessoa foi morta quando militantes lançaram uma bomba no distrito de Sivasagar. "O número de mortos agora chega a 48", disse Tarun Gogoi, ministro-chefe de Assam. A polícia informou que o ato violento é uma tentativa de intimidar as pessoas após uma pesquisa de opinião independente, realizada por um grupo de paz em nove distritos do Estado, apontar que 90% da população rejeita as exigências separatistas do Ulfa. Autoridades mantiveram toque de recolher em Tinsukia depois que centenas de habitantes revoltados tomaram as ruas para protestar contra as falhas do governo em prover segurança. A maioria das vítimas era de trabalhadores migrantes do leste de Bihar, os quais já foram atacados pelos rebeldes no passado para chamar a atenção do governo federal, informaram oficiais de segurança. "Havia cerca de 10 militantes em cada grupo e eles atacaram os trabalhadores quando eles preparavam o jantar", disse V.K. Ramisetti, policial em Dibrugarh. Outra pessoa foi morta quando militantes lançaram uma bomba no distrito de Sivasagar. "Testemunhas disseram para a polícia que os atacantes estavam com os rostos cobertos, e que eles amarraram as mãos e pernas das vítimas antes de matá-las a tiros", disse à Reuters um policial que pediu anonimato. Os ataques obrigaram as autoridades a reforçar a segurança em toda Assam. Nenhum grupo reivindicou a autoria dos ataques, mas a polícia e analistas de segurança dizem que a Ulfa, que luta por um Estado independente para o povo de Assam, está por trás das mortes. A insurgência em Assam já matou mais de 20.000 pessoas desde que começou em 1979.

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