Solana tenta diálogo entre UE e comunidade muçulmana

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Por Agencia Estado
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O alto representante de Política Externa e Segurança da União Européia (UE), Javier Solana, iniciou nesta segunda-feira uma viagem pelo Oriente Médio para tentar solucionar a crise gerada pela publicação na Europa das charges do profeta Maomé. Na primeira escala desta viagem, na Arábia Saudita, berço do Islã, Solana se reuniu nesta segunda-feira na cidade de Jidá (oeste do país) com o secretário-geral da Organização da Conferência Islâmica (OCI), Ekmeledin Ihsanoglu, e nesta tarde se reunirá em Riad com o rei Abdullah bin Abdul Aziz. O objetivo da visita é tentar promover o diálogo, restabelecer os laços de amizade e acalmar a situação, disse a porta-voz de Solana, Cristina Gallach. Ela acrescentou que os responsáveis da OCI, integrada por 57 países, se mostraram "muito interessados na construção de sólidas relações com o Ocidente e com a Europa", e afirmaram que cooperarão para acalmar a situação no mundo islâmico. O chefe da diplomacia européia assegurou a Ihsanoglu que na Europa não havia a intenção de ofender o Islã, e que as duas partes devem trabalhar juntas para recuperar o diálogo. Depois da Arábia Saudita, Solana deve viajar ao Egito, onde na terça-feira se reunirá com o presidente Hosni Mubarak e com o grande Imam da mesquita de Al Azhar, xeque Mohammed Sayed Tantawi, máxima autoridade do Islã sunita. No Cairo, Solana também será recebido pelo ministro de Assuntos Exteriores egípcio, Ahmed Abul Gheit, e pelo secretário-geral da Liga Árabe, Amre Moussa, antes de viajar para a Jordânia para se reunir com o rei Abdullah II na quarta-feira. Na etapa final da viagem, Solana visitará os territórios palestinos, onde se reunirá com o presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, e Israel, onde deve se reunir com a ministra de Exteriores israelense, Tizpi Livni. Nos territórios palestinos e em Israel, Solana também abordará a situação criada após a vitória do movimento islamita do Hamas nas eleições legislativas de 25 de janeiro e as perspectivas de formação de um novo governo palestino.

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