Soldados alemães exibiram símbolos da Wehrmacht - forças armadas criadas em 1935, na época de Adolf Hitler - em seu veículo militar durante a missão internacional no Afeganistão, informou a nesta quarta-feira a revista Stern. Enquanto persiste a polêmica sobre o envolvimento de soldados alemães em atos de profanação de cadáveres no Afeganistão, a revista publicou uma foto de um veículo em cuja lateral se vê o emblema do corpo militar. A fotografia foi feita em 2001 na península de Masirah pelos próprios soldados da KSK, as forças de elite alemãs. "Dois de nossos rapazes são nostálgicos e acharam bom circular com essa insígnia", explicou um soldado à Stern. A revista acrescentou que o mesmo símbolo é mostrado também na divisão blindada do Exército de Baden-Württemberg. As informações do veículo se somam ao escândalo provocado pela publicação, no jornal Bild, de várias fotos de soldados da Bundeswehr brincando com caveiras e restos de esqueletos no Afeganistão, em alguns casos em poses obscenas. O Ministério da Defesa informou que 23 soldados da ativa ou já licenciados são investigados pela profanação de cadáveres no Afeganistão e que seis militares envolvidos foram suspensos. A Defesa assegurou que os oficiais que estavam no Afeganistão desconheciam as excursões de sua tropa a valas comuns abandonadas nos arredores de Cabul. A publicação das fotos e as acusações do ex-prisioneiro de Guantánamo Murat Kurnaz, um turco nascido na Alemanha, que afirma ter sido interrogado por soldados da KSK, mancharam a credibilidade da missão alemã. O caso de Kurnaz será investigado por uma comissão parlamentar, como decidiram na semana passada os partidos da grande coalizão de governo, formada por democrata-cristãos e social-democratas.