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Soldados da Ucrânia começam a recuar de Debaltseve

A Ucrânia começou a retirar soldados da cidade de Debaltseve no início desta quarta-feira, após rebeldes pró-Rússia tomarem controle do local, apesar do acordo de cessar-fogo firmado na semana passada. O presidente ucraniano, Petro Poroshenko, disse que a retirada estava quase completa, com 80% das tropas ucranianas fora da cidade, de acordo com a agência de notícias Interfax. Dezenas de veículos podiam ser vistos ao longo da estrada em direção à cidade mais próxima, Artemivsk. Separadamente, o escritório de Poroshenko informou que ele está se dirigindo para a zona de guerra na quarta-feira e vai realizar uma sessão especial com agentes de segurança à noite.

Por AE
Atualização:
Mesmo com acordo de cessar-fogo firmado, rebeldes pró-Russia tomaram o controle da cidade Foto: Gleb Garanich/Reuters

De acordo com parlamentar ucraniano e comandante do batalhão voluntário pró-Kiev, Semyon Semenchenko, a retirada das forças de Debaltseve está sendo conduzida de maneira planejada e organizada. O comentário foi feito em mensagem no Facebook. 

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Um recuo em Debaltseve seria um grande revés para as forças de Kiev. Constantemente perdendo terreno em grande parte da linha de frente, os comandantes da Ucrânia haviam prometido manter a cidade, que é uma ligação vital entre as capitais separatistas de Luhansk e Donetsk.

As forças rebeldes romperam as linhas ucranianas na cidade de Debaltseve na terça-feira. Separatistas dizem que a região não é coberta pelo acordo de cessar-fogo alcançado na semana passada em Minsk. Líderes ocidentais expressaram preocupação sobre a continuação dos combates e pediram que Moscou e os rebeldes suspendam os conflitos.

Mas o presidente russo, Vladimir Putin, parece ter ignorado esses apelos. Na terça-feira, ele exortou Kiev a desistir da cidade e permitir que as suas tropas se rendam e voltem para suas famílias.

"Claro, é sempre ruim perder", disse Putin a jornalistas durante uma visita à Hungria. "É claro que é sempre uma dificuldade quando você perde para os mineradores de ontem ou motoristas de caminhão de ontem. Mas a vida é a vida. Ela certamente vai continuar". Os EUA e a Ucrânia dizem que o ataque a Debaltseve tem sido apoiado por unidades do exército russo, usando armamento russo. Moscou nega fornecer equipamentos aos separatistas ou o envio de tropas.

Ao chamar a ofensiva em Debaltseve de "um ataque cínico contra os acordos de Minsk", Poroshenko exigiu em uma ligação feita na terça-feira à noite para a chanceler alemã, Angela Merkel, que a União Europeia e o Ocidente mostrem uma "reação dura" para a Rússia e os separatistas, segundo informou o escritório do presidente em um comunicado. Fonte: Dow Jones Newswires.

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