PUBLICIDADE

Soldados da União Africana são mortos em Darfur

Comando manifestou "preocupação" com indícios de que assassinos pertenceriam ao Exército de Libertação do Sudão, grupo que assinou acordo de paz em 2006

Por Agencia Estado
Atualização:

Homens armados assassinaram dois membros das forças de paz da União Africana (UA) na conturbada região sudanesa de Darfur, anunciou a entidade nesta quarta-feira, 7. Um terceiro soldado da UA ficou gravemente ferido no incidente. O comando da missão de paz manifestou "profunda preocupação" com os indícios de que os autores dos disparos pertenceriam ao Exército de Libertação do Sudão, grupo rebelde que assinou um acordo de paz em maio do ano passado. O ataque ocorreu na segunda-feira, 5, segundo um comunicado da União Africana. De acordo com a entidade, os dois soldados mortos foram capturados durante "tarefa administrativa". A UA não informou as circunstâncias dos ferimentos sofrido pelo terceiro soldado. Em Adis-Abeba, na Etiópia, onde fica a sede da organização, a entidade supranacional informou que os soldados atacados eram nigerianos e estavam desarmados, fazendo compras, no momento do seqüestro. As mortes de segunda-feira elevam para 11 o número de soldados de paz da União Africana mortos desde 2004, quando começou a missão da entidade em Darfur. Há ainda um mantenedor de paz considerado desaparecido. O contingente da UA na região é de 7.000 soldados. Mais de 200 mil pessoas morreram e cerca de 2,5 milhões foram obrigadas a deixar suas casas em quatro anos de conflito em Darfur. A violência começou quando integrantes de tribos africanas da região pegaram em armas e rebelaram-se contra o governo sudanês, de orientação islâmica. As tribos queixam-se de décadas de negligência e discriminação. Como reação à rebelião, o governo iniciou uma contra-insurgência, apoiando milícias árabes pró-Cartum conhecidas como Janjaweed. Segundo observadores internacionais, esses grupos concentraram-se em atacar a população civil da região, cometendo atrocidades como massacres, estupros, seqüestros.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.