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Soldados e milicianos islâmicos se enfrentam perto de Baidoa

Choques ocorreram próximo à sede do governo interino do país. Enviado europeu está no local para convencer líderes locais a se engajarem em processo de paz

Por Agencia Estado
Atualização:

Soldados leais ao frágil governo interino da Somália e milicianos do Conselho das Cortes Islâmicas protagonizaram violentos confrontos perto do local em que um enviado europeu tenta convencer líderes locais a se engajarem num processo de paz para a região. Os choques ocorreram em duas aldeias situadas a aproximadamente 15 quilômetros de Baidoa, única cidade sobre a qual o governo provisório tem controle. Em Baidoa, o comissário europeu de ajuda e desenvolvimento, Louis Michel, reuniu-se com o primeiro-ministro Ali Mohamed Gedi e com o presidente Abdullahi Yusuf em uma tentativa de possibilitar negociações de paz. A comunidade internacional teme que o conflito, que segundo relatórios da ONU já conta com a movimentação de tropas de outros países como a Etiópia e a Eritréia, possa levar a uma guerra regional no chamado "chifre da África" - região no leste do continente em que está situada a Somália. "Os milicianos islâmicos nos atacaram e os combates continuam", disse o vice-ministro da Defesa da Somália, Salad Ali Jelle, em conversa com a Associated Press. Ele disse que houve baixas, mas não possuía detalhes. Os dois lados usavam peças de artilharia, granadas propelidas por foguetes e munições antiaéreas, disse o xeque Mohamed Ibrahim Bilal, comandante local do Conselho das Cortes Islâmicas. Sob condição de anonimato, funcionários do governo interino disseram que os confrontos limitaram-se a duas aldeias e não chegaram a Baidoa. Domínio Islâmico Por sua vez, um porta-voz do movimento islâmico disse que os confrontos ocorreram em três áreas distintas e que a aldeia de Daynunay, nos arredores de Baidoa, foi capturada pelos rebeldes. Depois da reunião com o presidente e com o primeiro-ministro, Michel seguiu de Baidoa para Mogadiscio, capital somali controlada pelos milicianos islâmicos que controlam a maior parte do país, para conversar com representantes rebeldes. A Somália vive uma situação de virtual anarquia desde 1991, quando senhores da guerra derrubaram o governo local. O resultado da deposição foi a criação de um governo interino respaldado pela ONU, em Baidoa. Apesar da medida, o poder de fato continuou dividido por líderes tribais. Uma unificação parcial só acontece agora, com a atuação das Cortes Islâmicas e a tomada de Mogadiscio.

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