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Soldados israelenses fazem buscas em Nablus

Por Agencia Estado
Atualização:

Soldados israelenses implodiram dois prédios suspeitos de abrigar laboratórios de explosivos e detiveram pelo menos 50 palestinos em buscas de casa em casa nesta sexta-feira, à medida que tomavam o controle de Nablus uma cidade qualificada pelo governo israelense como "a principal fábrica de homens-bomba". O Exército entrou em choque com palestinos em diversos locais na Cisjordânia e na Faixa de Gaza e deixaram um rastro de cinco palestinos mortos, inclusive uma idosa, e sete casas e edifícios reduzidos a escombros. Ainda hoje, o Exército revelou seus planos de expulsar dois parentes de supostos militantes palestinos da Cisjordânia para a Faixa de Gaza. Israel pretende que as deportações inibam a ação de militantes suicidas potenciais. As ações militares israelenses ocorrem após uma série de atentados palestinos, entre os quais a explosão de uma bomba na Universidade Hebraica de Jerusalém, que deixou cinco norte-americanos e dois israelenses mortos na quarta-feira. "Há uma trilha de terrorismo palestino que vem afetando Israel pelos últimos sete ou 10 dias, e pudemos perceber que seu principal foco está em Nablus", disse Dore Gold, porta-voz do governo israelense. Segundo o Estado judeu, Nablus ocupou o lugar de Jenin "como principal fábrica de homens-bomba contra Israel". Nablus - a maior cidade da Cisjordânia, com cerca de 200 mil habitantes - passou a maior parte dos últimos 45 dias sujeita a um rigoroso toque de recolher imposto pelas autoridades israelenses, mesma situação de outros grandes centros populacionais palestinos. Os moradores de Nablus desafiaram o toque de recolher entre segunda e quarta-feira, período em que a vida dos moradores pareceu voltar um pouco ao "normal", com as pessoas nas ruas e as forças israelenses estacionadas na periferia da cidade. No entanto, o Exército reforçou o toque de recolher na quinta-feira e um comboio de mais de 100 tanques e blindados de transporte de tropas entraram em Nablus às 2h de hoje. Pouco depois, soldados começaram a andar em grupo pelas estreitas ruas da Cidade Velha de Nablus. Nas trocas de tiro, dois palestinos morreram. Durante a ação, os suspeitos palestinos eram algemados, vendados e colocados em galpões vazios antes de serem levados embora por ônibus do Exército. O líder palestino Yasser Arafat qualificou a operação israelense como "mais um massacre", e questionou: "Preciso de uma resposta das Nações Unidas: isto é aceitável?" Em seu quartel-general em Ramallah, na Cisjordânia, Arafat pediu ainda uma rápida intervenção internacional pelas Nações Unidas. "Se eles não podem enviar forças, que enviem observadores." Na Faixa de Gaza, soldados israelenses assassinaram uma idosa parada em frente à sua casa no campo de refugiados perto do entroncamento de Kissufim, entre a Faixa de Gaza e Israel. O Exército garantiu ter disparado contra "uma figura suspeita que entrou numa área de segurança controlada por Israel". A mulher foi baleada na perna. Soldados a levaram a um hospital, onde ela morreu mais tarde em decorrência de seus ferimentos.

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