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Soldados italianos chegam ao Líbano para integrar força de paz

Com a chegada dos italianos, as forças de paz na região somam 3.250 soldados, incluindo os 2 mil que já estavam na região

Por Agencia Estado
Atualização:

Soldados italianos chegaram neste domingo ao sul do Líbano para integrar as forças de paz que monitoram o cessar-fogo no sul do país. Depois de semanas de atraso, finalmente as forças de paz das Nações Unidas, chamada Unifil, começam a tomar corpo, embora possa levar meses para que chegue a somar os 15 mil soldados previstos na resolução de cessar-fogo, assinada em 14 de agosto. Com a chegada dos italianos, as forças de paz na região somam 3.250 soldados, incluindo os 2 mil que já estavam na região. Pelos termos da resolução, cerca de 15 mil soldados libaneses também têm de se integrar ao grupo, para reforçar o controle sobre o Hezbollah. Paralelamente às forças de paz, a Rússia disse hoje que pretende enviar engenheiros para ajudar na reconstrução do Líbano. A Indonésia anunciou o envio de mil homens até o fim do mês à região, depois de recebido aval de Israel, que se opunha à participação do país com o qual não possui relações diplomáticas. A presença de homens da Indonésia, país majoritariamente muçulmano, agrada os EUA, a Europa, e até mesmo Israel, para evitar que as forças de paz fossem compostas somente por forças cristãs. O primeiro-ministro da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, por sua vez busca aprovação no Parlamento para cumprir sua promessa de enviar tropas ao sul do Líbano. A proposta enfrenta forte crítica popular. Antes da chegada as forças de paz, Israel aparentemente tentou destruir esconderijos de armas antes de seu exército da região. O general francês, Alain Pellegrini, que comanda as forças da Unifil, confirmou que o exército de Israel tem destruído esconderijos do Hezbollah em territórios que ainda ocupa no sul. Ele confirmou que vários bunkers e armamentos foram destruídos na sexta-feira. Pellegrini acrescentou que tais ações violam o cessar-fogo, assim como as missões de reconhecimento feitas por jatos israelenses no espaço aéreo libanês. "O cessar-fogo está mantido por enquanto, mas é frágil, qualquer incidente pode tomar vulto", disse Pellegrini. A resolução da ONU prevê que as forças de paz devam garantir que uma faixa que vai da fronteira de Israel até o Rio Litani, 30 quilômetros para dentro do Líbano, fique livre da presença de militantes do Hezbollah. Já as forças libanesas devem evitar o transporte de armas da Síria para o Hezbollah. O secretário-geral da ONU, Koffi Annan, disse que o Irã - que ajudou a criar o Hezbollah - apóia a resolução de cessar-fogo, depois de reunir-se neste domingo com o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad. Annan disse ainda que a Síria prometeu patrulhar sua fronteira com o Líbano para bloquear o envio de armas de seu país ao Hezbollah. O ministro de Relações Exteriores de Israel, Tzipi Livni, descartou neste domingo negociações de paz entre Israel e Síria por enquanto, dizendo que uma "seqüência" deve ser seguida, com o fim do apoio sírio aos extremistas libaneses e palestinos vindo em primeiro. Em entrevista para a tevê israelense Canal 10, Livni disse que um movimento para abrir negociações de paz entre Israel e Síria agora seria interromper os esforços para estabilizar o Líbano depois de 34 dias de combates entre as forças israelenses e o Hezbollah.

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