Sons detectados em escola soterrada podem ser de sobreviventes

Autoridades se animam com a possibilidade de que sons detectados embaixo da lama possam ser de sobrevivente de escola na vila devastada por delizamento de terra

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Por Agencia Estado
Atualização:

Aparelhos detectaram "sinais de vida", nesta segunda-feira, no local onde uma escola está soterrada pela lama que varreu a vila de Guinsaugon, disse a governadora da província, Rosette Lerias. Sons ritmados de batidas e arranhados foram captados por sensores sísmicos e detectores trazidos pelas forças de resgate dos Estados Unidos e da Malásia, disse Lerias. Geradores de luz foram colocados no local para que os resgates continuem pela noite. "Para mim, há mais de uma razão para sorrir e ficar alegre", disse Lerias. "A adrenalina está alta... Agora todas as provas nos mostram sinais de vida na escola." A procura por sobreviventes na vila de Guinsaugon está voltada para a escola devido a relatórios não confirmados de que algumas das 250 pessoas soterradas no local teriam enviado mensagens de texto por celulares para parentes logo após o desastre. Nesta segunda-feira nenhum sobrevivente foi encontrado, disse o capitão dos fuzileiros dos Estados Unidos Burrel Parmer, que falou pelos fuzileiros no local. Mais de 1.800 moradores do vilarejo podem ter sido enterrados vivos pela terra, pedras e árvores que foram arrastados de uma montanha pelas fortes chuvas que atingem a região. Alguns poucos sobreviventes foram resgatados nas primeiras horas após o desastre. Para membros das equipes de resgate, no entanto, os barulhos captados pelos sensores também podem ser somente a lama escorregando e cobrindo o prédio. "Nós não sabemos se há algo lá embaixo", disse o tenente dos fuzileiros dos EUA Richard Neikirk, apontando para o grande buraco aberto na lama onde os sensores sísmicos detectaram sons. "Quanto mais fundo chegamos, mais os sinais ficam fortes." Não há vestígio visível da escola, que se acredita estar a 3,5 metros abaixo da superfície. O tenente coronel filipino Raul Farnacio disse que os times de resgate já cavaram metade desta distância. Ajuda internacional Atendendo a novos pedidos de ajuda, a Coréia do Sul disse que irá mandar US$ 1 milhão ao país e a Nova Zelândia prometeu US$ 133 mil. A Austrália ofereceu engenheiros que avaliarão o estrago. Segundo os últimos relatórios, 76 corpos foram encontrados. As estimativas do número de sobreviventes e desaparecidos variam. Lerias disse, nesta segunda-feira, que 928 pessoas estão desaparecidas. Já para as autoridades nacionais, esse número é de 1.350, incluindo os 246 estudantes. Relatórios oficiais apontam algo entre 20 e 57 sobreviventes. A procura tem sido dificultada pela chuva ininterrupta, que faz a terra se deslocar e aumenta o medo de mais deslizamentos. As autoridades discutem a possibilidade de transformar o vilarejo de Guinsaugon em um cemitério gigante, como foi feito em outros lugares da Ásia atingidos pelo tsunami de 2004. As esperanças de se encontrar sobreviventes diminuem a cada minuto pois a barreira de lama e pedra que se formou dificulta a formação de bolsões de ar, ou que o ar da superfície chegue até os possíveis sobreviventes. Uma associação canina da Espanha enviou três cachorros treinados para se juntarem aos que já estão no local. Como não há familiares para reclamar pelos mortos e os corpos se decomporem rapidamente devido ao calor tropical, as vítimas estão sendo enterradas em covas coletivas.

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