Sony Pictures lançará 'A Entrevista' na quinta-feira

Coreia do Norte sofre 'apagão' de internet e principais sites do país ficaram fora do ar por nove horas; Pyongyang e EUA discutem desde o ataque cibernético à Sony na semana passada

PUBLICIDADE

Foto do author Redação
Por Redação
Atualização:
Imagem do líder norte-coreano com soldados Foto:

SEUL - (Atualizada às 17h40)A Sony Pictures recuou e anunciou nesta terça-feira, 23, que o polêmico filme A Entrevista será lançadona quinta-feira nos EUA. A estreia chegou a ser cancelada depois que hackers, há uma semana, invadiram o sistema de e-mails da Sony e ameaçaram atacar os cinemas que o exibissem. A comédia conta a história de um complô para matar o ditador norte-coreano, Kim Jong-un. 

PUBLICIDADE

Acusada pelos EUA de estar por trás do ataque cibernético, a Coreia do Norte sofreu uma queda completa de internet entre ontem e hoje (horário local). O serviço foi restaurado e autoridades americanas e chinesas negaram envolvimento no episódio. 

A Coreia do Norte, no centro de uma disputa com os Estados Unidos sobre um ataque de hackers à Sony Pictures, sofreu uma queda completa de Internet durante horas nesta terça-feira, 23, mas autoridades americanas negaram qualquer envolvimento.

O serviço foi restaurado. Várias páginas de veículos da imprensa oficial ficaram fora do ar por cerca de nove horas. Segundo a imprensa sul-coreana, os principais sites norte-coreanos que permaneceram fora do ar foram o da agência estatal de notícias KCNA e o do jornal Rodong Sinmun, dois veículos da imprensa oficial de Pyongyang.

A empresa americana Dyn, que monitora a infraestrutura da Internet, disse que a razão para a queda não era conhecida, mas afirmou que as possibilidades vão desde falhas técnicas a um ataque de hackers. Diversas autoridades dos EUA próximas das investigações do ataque à Sony Pictures disseram que o governo não realizou qualquer ataque cibernético contra Pyongyang.

O presidente dos EUA, Barack Obama, prometeu na sexta-feira responder ao grande ciberataque contra a Sony, que ele atribui à Coreia do Norte.

Segundo a Dyn, os links de Internet da Coreia do Norte ficaram instáveis na segunda-feira e depois o país ficou completamente offline. Os links foram restaurados às 23h46 de segunda (horário de Brasília), e a queda pode ter sido provocada por ataques de indivíduos, falha de hardware ou até mesmo ter sido causada pela própria Coreia do Norte, de acordo com especialistas.

Publicidade

Funcionaram com normalidade os sites do regime cujos servidores estão no exterior, como a página Uriminzokkiri e o jornal Choson Sinbo, da comunidade norte-coreana no Japão.

Quase todos os links e o tráfego de Internet da Coreia do Norte passam pela China, mas o governo de Pequim disse ser "irresponsável" qualquer sugestão de envolvimento chinês.

Enquanto isso, a Coreia do Sul, que permanece tecnicamente em guerra com o Norte, disse não poder descartar o envolvimento do vizinho isolado em um ataque cibernético à operadora das centrais nucleares do país. Seul disse que apenas dados não críticos foram roubados e que as operações não foram postas em risco, mas pediu a ajuda dos EUA para investigar.

O "apagão" despertou grande interesse por ter ocorrido em plena polêmica iniciada com o ataque à Sony. A ação, na qual foram roubados e divulgados milhares dos e-mails e dados dos funcionários da empresa entre o fim de novembro e o início de dezembro, é considerada uma represália contra o filme A Entrevista, comédia que conta a história de um complô para assassinar o ditador norte-coreano, Kim Jong-un.

A Sony chegou a cancelar a estreia do filme protagonizado por Seth Rogen e James Franco, depois que o mesmo grupo de hackers que assumiu a autoria do ataque cibernético, Guardians of Peace (Guardiões da Paz), ameaçou cometer atos terroristas contra as salas de cinema que decidissem exibi-lo.

Os EUA acusaram diretamente a Coreia do Norte de estar por trás do ataque, mas o regime norte-coreano negou taxativamente o envolvimento e acusou o governo Obama de estar fazendo uma campanha de difamação contra o país. /EFE e REUTERS

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.