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Spitzer impôs duplo estrago a Hillary Clinton

Por Peter Baker
Atualização:

Na qualidade de apoiador, o governador democrata de Nova York, Eliot Spitzer, certamente não fez nenhum favor à senadora Hillary Clinton. Afinal de contas, foi Spitzer quem provocou a derrapada que a colocou aonde ela está hoje, atrás na corrida para a nomeação como candidata democrata à presidência. Num debate ocorrido no final de outubro, ela tropeçou numa pergunta sobre a proposta de Spitzer de conceder carteira de habilitação aos imigrantes ilegais, acabando com dez meses de um domínio inquestionável na corrida para a nomeação. Agora, o envolvimento de Spitzer com uma rede de prostituição trouxe de volta lembranças nada úteis à campanha das travessuras amorosas do seu próprio marido quando ocupava o cargo. Mais uma vez, surgiram na TV imagens de Bill Clinton abraçando Monica Lewinsky. E a imagem da esposa de Spitzer de pé ao lado do marido com uma expressão pesarosa não pode deixar de trazer à memória alguns dos momentos de "apoio-ao-seu-homem" da própria Hillary. Certamente não era isso que o estrategistas de Hillary tinham mapeado para a campanha. Eles querem que os eleitores pensem em quem está mais apto a enfrentar uma crise na Casa Branca e não em termos de aonde estaria um marido infiel rodando pela cidade para encontrar prostitutas. GOZAÇÃO NA TV É claro que os comediantes dos programas de TV não perderam tempo em relacionar o caso Spitzer com os Clintons. Na noite de terça-feira, Jay Leno brincou que o escândalo Spitzer "significa que Hillary Clinton é agora apenas a segundo mulher mais furiosa no Estado de Nova York". David Letterman apresentou uma lista de dez desculpas que Spitzer podia usar, incluindo a Nº1: "Pensei que Bill Clinton tivesse legalizado isso anos atrás." Hillary foi indagada sobre o caso e, previsivelmente, evitou fazer comentários. "Obviamente, desejo o melhor para o governador e sua família", disse. Mas dificilmente esta terá sido a última vez que lhe perguntaram algo sobre o caso.

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