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Srebrenica: a maior matança desde a 2ª Guerra Mundial

Decisão da ONU diz que Sérvia não foi responsável por genocídio na Bósnia

Por Agencia Estado
Atualização:

As tropas da Sérvia tomaram a cidade de Srebrenica em 11 de julho de 1995 e nos dias seguintes mataram cerca de 7.500 pessoas, a maioria muçulmana, na que foi considerada a maior matança ocorrida na Europa desde o fim da Segunda Guerra Mundial A Corte Internacional de Justiça sentenciou nesta segunda-feira, 26, que não se pode atribuir o crime de genocídio ao Estado da Sérvia e Montenegro, que era na época República Federal da Iugoslávia. O tribunal da ONU considerou, no entanto, que Belgrado violou a Convenção contra Genocídio de 1748 por não haver atuado para impedir o massacre. Srebenica, que ficava no leste da Bósnia, era habitado por muçulmanos e possuía cerca de 40 mil habitantes e viveu clima de guerra depois que a república da Iugoslávia aprovou sua independência em abril de 1992. Em 6 de maio de 1993, o Conselho de Segurnaça da ONU aprovou uma resolução que declarava que Srebrenica, junto com outras cidades eram " zonas seguras", pela proteção das Forças de Paz das Nações Unidas No entanto, isto não foi capaz de impedir que em 11 de julho de 1995 que tropas da Bósnia invadissem a cidade. As Forças de Segurança não foram contra a invasão e saíram da cidade. Os muçulmanos da cidade tentaram impedir o cerco, ams muitos foram capturados. No dia seguinte da invasão, as tropas se concentraram na proibição do funcionamento de algumas fábricas e, posteriormente, homens de idade militar foram separados de suas mulheres e filhos. Dias depois, a Cruz Vermelha denunciou o desaparecimento de pelo menos 7 mil homens e disse que possuíam indícios suficientes para afirmar que eles foram assassinados. Em 8 de novembro de 2004, uma comissão do governo da Sérvia e da Bósnia estudou que genocídio matou cerca de 7.800 pessoas, sendo muçulmanos, na maioria. Atualmente, ainda continuam as buscas para identificação das vítimas e o número de pessoas enterradas passa de 8 mil. Os principais acusados pelo genocídio em Srebrenica são os ex-líderes militares Radovan Karadzic e Ratko Mladic. Entre os que foram condenados pelo massacre estão Radislav Krstic, que pegou 30 anos de prisão, Dragan Obrenovic, que ficou com 17 anos de detenção e Momir Nikolic, com 20 anos de prisão.

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