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Strauss-Kahn fica livre de acusação de estupro na França

Ex-diretor do FMI é dispensado por Ministério Público, mas Justiça ainda deve se pronunciar sobre rede de prostituição

Por ANDREI NETTO , CORRESPONDENTE e PARIS
Atualização:

Depois de ser liberado pela Justiça dos EUA de acusações de crimes sexuais, o ex-diretor do Fundo Monetário Internacional (FMI) Dominique Strauss-Kahn foi dispensado ontem de uma investigação do Ministério Público de Lille, norte da França, sobre o estupro de uma prostituta. O Caso Carlton, como ficou conhecido, deteriorou ainda mais a imagem de Strauss-Kahn. Agora, ele enfrenta uma última batalha na Justiça, que apura sua participação em uma rede de prostituição na mesma cidade.A investigação havia sido aberta em 21 de maio, depois que procuradores ouviram o depoimento de uma "acompanhante", identificada como Marion. Aos investigadores, ela afirmou ter sido forçada a fazer sexo com o ex-diretor do FMI durante uma orgia em um hotel de Washington, em 2010. Em seu depoimento, Marion afirmou que manteve relações sexuais com Strauss-Kahn, mas a seguir teria recuado frente ao seu assédio por mais sexo. Apesar da suposta negativa, o economista teria forçado a relação.O depoimento chegou a ser confirmado por outra garota presente na orgia. Mas, no curso das investigações, Marion entregou ao Ministério Público uma carta na qual voltou atrás nas declarações. Ao descrever de novo a relação com Strauss-Kahn, ela usou a expressão "jogo sexual", o que retirou o peso das acusações. Pela lei francesa, o recuo foi interpretado como a "retirada da queixa" e o processo foi extinto.Apesar de ter se livrado da investigação por estupro, Strauss-Kahn ainda é acusado de participar de uma rede de prostituição que operava no Hotel Carlton de Lille. O processo foi aberto em novembro de 2011 e envolve ainda políticos e empresários. Os advogados de Strauss-Kahn solicitaram a anulação do processo por vício de procedimento - a definição ocorre em 28 de novembro.Strauss-Kahn já havia sido liberado pela Justiça de Nova York, onde era acusado de agressão sexual, tentativa de estupro e sequestro da camareira Nafissatou Diallo. À época, ele era cogitado como futuro candidato à presidência da França pelo Partido Socialista (PS).

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