Straw diz que não haverá ação militar contra o Irã

Ministro britânico diz que Teerã não será coibido militarmente pela comunidade internacional

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Por Agencia Estado
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O ministro de Assuntos Exteriores do Reino Unido, Jack Straw, assegurou ao jornal Die Presse que "não há ações militares na agenda" da comunidade internacional para resolver a disputa nuclear com o Irã, e reconhece que no Iraque "não houve planos suficientes" para o pós-guerra. Straw assinala que a comunidade internacional "respeita o direito do Irã a produzir energia nuclear", mas ao mesmo tempo deseja "garantias objetivas" de que essa tecnologia nuclear "não será usada para fins militares". No entanto, o ministro britânico considera o Irã, junto à Síria, como "os últimos patrocinadores estaduais do terrorismo". "Apóiam o Hezbolah, o Hamas e as outras organizações islâmicas militantes. Não deveria interessar a eles ampliar seu apoio a outros terroristas", acrescenta. O ministro britânico assegura que Teerã "não pensou bem (sua estratégia), porque não acreditava que a Rússia e a China poderiam chegar a se juntar ao consenso internacional". O ministro britânico assegura que não somente o Ocidente depende do petróleo iraniano, mas também o contrário. "É uma ironia que eles (os iranianos) tenham que importar 60% de sua demanda de gasolina e diesel porque suas refinarias estão em mal estado", diz. Straw afirma compreender o medo e a desconfiança do Irã em relação ao Ocidente. "Os iranianos se sentem historicamente sem amigos e isolados. Eu os entendo. Se sentem humilhados pelas grandes potências", ressalta. "Americanos e britânicos acabaram em 1953 com o regime do primeiro-ministro (Mohammed) Mossadegh, e nós ajudamos o Xá a se manter em seu trono além do justificado", acrescenta Straw. O ministro britânico também reconhece na entrevista que as tropas invasoras do Iraque não planejaram bem a época posterior à guerra. O ministro assegura que o Reino Unido tem uma estratégia de saída do Iraque: "vamos reduzir a presença de tropas de província em província, mas faremos isso em coordenação com o governo iraquiano".

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