Submarino argentino ARA San Juan desaparece e Marinha faz buscas

A embarcação, que transportava 44 tripulantes da Base Naval de Ushuaia para a base Naval de Mar del Plata, está sem comunicação desde quarta-feira, dia 15; Forças Armadas afirmam que "nada de grave aconteceu"

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Por Redação
Atualização:

Um submarino argentino está desaparecido desde quarta-feira, e as Forças Armadas argentinas não conseguem fazer contato com a embarcação.  O submarino ARA San Juan se perdeu em algum ponto do mar Argentino, na altura do golfo de San Jorge, quando ia da Base Naval Ushuaia, no sul do país, ao seu atracadouro habitual, na Base Naval de Mar del Plata.

O submarinoARA San Juan, da Argentina, onde morreram 44 pessoas em 2017. Construído pela Alemanha, o submarinoestava em uso desde1983. Foto: Marinha Argentina, via AP

“A última informação oficial é que houve contato na quarta-feira, dia 15, e desde então não houve mais contatos dos tripulantes”, afirmou o capitão Enrique Balbi, chefe de comunicações da Marinha argentina, ao  jornal La Nación. "No momento, ainda não conseguimos ter contato visual ou por radar com o submarino San Juan.”

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“Não há nenhum indício de que algo grave tenha acontecido, apenas perdemos o contato, o que pode ser uma perda temporária das comunicações”, disse Balbi. Segundo o porta-voz, o submarino levava um estoque de comida suficiente para vários dias de viagem, e é possível que ele termine o trajeto mesmo sem conseguir fazer comunicação com a terra firme. "

O ministro da Defesa da Argentina, Oscar Aguad, voltou do Canadá para acompanhar as buscas em um “gabinete de emergência” criado em Mar del Plata. O presidente argentino Mauricio Macri também planeja acompanhar as buscas a partir deste sábado, dia 18.

Brasil oferece ajuda à Argentina na busca de submarino desaparecido

A busca pelo submarino se intensificou desde sexta-feira, dia 17. Ao menos duas aeronaves e três embarcações vasculham uma área de 300 quilômetros por sinais do submarino. As Forças Armadas acreditam que ele esteja a 430 quilômetros do ponto mais próximo da costa a sudeste da península de Valdés, na província de Chubut. De acordo com o protocolo, caso esteja apenas sem comunicação, o submarino deve sair a superfície para favorecer o contato visual.

A Marinha e a Aeronáutica do Brasil se colocaram à disposição do governo argentino para auxiliar nas buscas do submarino ARA San Juan. Os governos dos Estados Unidos, Reino Unido e Chile também ofereceram barcos, equipamentos e pessoal para ajudar nas buscas.

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Uma aeronave da Agência Espacial Norte-Americana (NASA), também se juntou às buscas. O avião P-3 estava em Ushuaia fazendo pesquisas no mar antártico. A aeronave possui três sondas de radar, uma câmera de alta resolução e uma câmera infravermelha para medir a temperatura da superfície, além de equipamentos capazes de registrar minúsculas variações da gravidade e de campos magnéticos.

O almirante Gabriel González, chefe da base naval de Mar del Plata, disse que várias famílias de tripulantes estão no local esperando notícias. "Estamos com uma perda de comunicações, e não um estado de emergência", disse ele. González também disse que o incidente não é inédito.

Em seu Twitter, a Marinha Argentina informou que "está realizando operações para retomar comunicações com o submarino ARA San Juan, com o qual se perdeu contato durante seu trajeto de Ushuaia até Mar del Plata. Aeronaves e navios da Marinha se encontram na zona da última posição conhecida".

Em um vídeo de 2017, feito pelo Ministério da Defesa da Argentina, o capitão Eduardo Cella Erigoyen, responsável pelo submarino, explica como o San Juan funcionava e como os tripulantes operavam a embarcação. / EFE, REUTERS e AP

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