Sucatão vai trazer 100 brasileiros do Líbano

O Itamaraty entrou em contato com a Embaixada de Israel e com a comunidade israelense para pedir que não haja bombardeios durante a operação de retirada

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Por Agencia Estado
Atualização:

O Boeing 707 da Força Aérea Brasileira (FAB), chamado de Sucatão na época em que servia à Presidência da República, decolará no final da tarde de segunda-feira, de Adana, na fronteira Sul da Turquia, trazendo 100 brasileiros que conseguiram deixar o Líbano no sábado. A informação partiu do ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, que acompanha à distância as operações de retirada enquanto assessora o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na reunião de cúpula do G-8. Na semana passada, os ataques de Israel provocaram a morte de quatro brasileiros de uma mesma família. Segundo Amorim, se for necessário, outra viagem do Sucatão poderá ser requisitada para nova missão de resgate. O ministro destacou que o Itamaraty teve o cuidado de entrar em contato com a Embaixada de Israel e com a comunidade israelense para pedir que não haja bombardeios durante a operação de retirada, por via terrestre, de brasileiros do Líbano. O único trajeto possível até a Turquia passa pelo Norte do Líbano e pela Síria. Há temores de que essas regiões venham a ser atacadas por tropas de Israel. De acordo com Amorim, dos 117 brasileiros resgatados nos últimos dias pela ação de diplomatas, apenas 17 decidiram retornar ao Brasil por seus próprios meios. Ele ressaltou que, em nenhum momento, o Itamaraty cobrou ou cobrará pelos traslados. "Tudo é de graça", afirmou. A operação de resgate aéreo foi ordenada no sábado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O mesmo Boeing 707 fora escalado nesta semana para transportar a Adis Abeba, na Etiópia, os participantes africanos 2ª Conferência de Intelectuais da África e da Diáspora, que ocorreu entre os dias 12 e 14 em Salvador, Bahia. Dali, o avião seguiu para Adana, na Turquia. No sábado, Amorim enfatizou que as dificuldades para a retirada de cidadãos daquela área são crescentes e que a decisão de partida caberá exclusivamente da concordância desses brasileiros.

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