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Análise: Sucesso de Obama deixa oposição sem suas bandeiras

Republicanos consideram governo Obama um desastre, mas nos debates não tiveram nada para falar sobre tais desastres

Por Paul Krugman (The New York Times)
Atualização:
Os republicanos Donald Trump, Mike Huckabee, Marco Rubio, Ted Cruz e Ben Carson participam de debate na CNN Foto: David Scott Holloway/EFE

Do que falam os pré-candidatos republicanos à presidência dos EUA? Eles fazem várias referências a Deus, enquanto a economia foi mencionada apenas dez vezes no debate anterior ao de quarta-feira. Os republicanos votaram dezenas de vezes para rejeitar o Obamacare, mas os candidatos só mencionaram o programa que é ícone do presidente nove vezes no último encontro. E a questão da energia, tema outrora favorito dos conservadores, só veio à tona quatro vezes. Curioso, não é? A premissa de todos os republicanos é que o governo de Barack Obama tem sido um período de desastres em todas as frentes. Mas não tiveram nada para falar a respeito de tais desastres. Na realidade, nenhuma das catástrofes previstas por seu partido ocorreu. Obama continua deixando de decepcionar. E este é um grave problema para os republicanos - maior do que Donald Trump. Se perguntarmos a um republicano em que sentido o Obamacare foi um desastre, ele se limitará a citar episódios não comprovados de aumento de impostos e queda da qualidade do serviço. No entanto, os que agora estão cobertos pelo seguro, em geral, estão felizes com a cobertura. Quanto à economia, muito pouco foi discutido, embora Jeb Bush ainda se gabe de seus feitos na Flórida - ou seja, sua experiência com uma gigantesca bolha imobiliária e sua saída providencial antes de ela explodir. Por que os outros candidatos não falaram mais? Provavelmente, porque hoje a economia americana não está tão mal. Um último ponto: tradicionalmente, os republicanos adoram falar que o empecilho ao futuro da energia dos EUA são os liberais com seu ambientalismo e sua guerra ao carvão, mas a produção nacional de petróleo subiu e as importações do produto despencaram no governo Obama.* É prêmio Nobel de Economia

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