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Sudão acusa ONU de fabricar relatórios sobre violações de direitos humanos

O embaixador do Sudão na ONU mostrou desprezo por um relatório apresentado pelo secretário-geral da ONU

Por Agencia Estado
Atualização:

O embaixador do Sudão na ONU, Abdalmahmood Abdalhaleem, acusou as Nações Unidas de usar dados fabricados de organizações não governamentais em relatórios de abusos de diretos em Darfur, embora ele reconhecesse que violações tenham ocorrido na região. Abdalhaleem mostrou desprezo por um relatório que o secretário-geral da ONU Kofi Annan enviou ao Conselho de Segurança na última segunda-feira. O documento dizia que as forças armadas do Sudão, assim como facções rebeldes e milícias, continuam a violar a lei internacional de diretos humanos com a impunidade. O relatório afirmava que a violência era crescente e que o acesso humanitário em Darfur estava em sua pior situação desde 2004. "Claro que em qualquer conflito há violações de direitos humanos, isto é a guerra", disse Abdalhaleem. "É uma coisa muito ruim, por isso gostaríamos de superá-la." A ONU, por sua vez, negou as declarações do embaixador. O líder do grupo do Sudão no escritório de coordenação de relações humanitárias, Oliver Ulich, disse que as Nações Unidas tem 1.500 funcionários sudaneses, como também dúzias de oficiais de direitos humanos que prestam informações seguras. Ulich afirmou que a ONU recebe, de fato, alguns dados de grupos não governamentais, mas que são "altamente confiáveis". "Nós checamos arduamente os relatos que vêm de uma variedade de fontes e confiamos muito nas informações que fornecemos ao Conselho de Segurança", disse. Mais de 200 mil pessoas foram mortas e 2,5 milhões deslocadas nos três anos de brigas entre o governo e rebeldes em Darfur. A violência tem continuado, apesar da presença da força de paz da União Africana. Mesmo com a insistência do Conselho de Segurança, o Sudão se recusava a permitir que as Nações Unidas assumissem o comando e expandissem a força de paz da União Africana. Na quinta-feira, no entanto, o presidente Omar al-Bashir remeteu uma carta a Annan reiterando sua posição de consentir o apoio da ONU.

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