22 de maio de 2011 | 07h09
O Sudão do Sul afirmou que a ocupação de Abyei, na fronteira com o Sudão do Norte, foi um "ato de guerra" neste domingo.
A tomada da cidade, no sábado, aconteceu após três dias de confrontos entre tropas das duas regiões, que vem disputando a área rica em petróleo.
Em entrevista à BBC, o coronel Philip Aguer afirmou que o Norte atacou a área com 5 mil soldados, matando civis e soldados do Sul.
Aguer fez um apelo às Nações Unidas para que interrompam o que classificou de "agressão", acrescentando que o Sul não deve retaliar "por enquanto".
Os Estados Unidos condenaram a tomada de Abyei, enquanto o Conselho de Segurança da ONU pediu um cessar-fogo imediato.
Os conflitos ocorrem poucas semanas antes da independência do Sudão do Sul e poderia ser o estopim de uma guerra entre vizinhos.
Bombardeios aéreos
Na última sexta-feira, uma ponte que liga Abyei à região sul sudanesa já havia sido alvejada por bombardeios aéreos.
E, na véspera, um comboio das Nações Unidas havia sido atacado enquanto escoltava tropas do norte para fora da cidade.
O incidente fez com que os EUA pedissem explicações ao Sudão do Sul.
O Sudão do Sul deve declarar sua independência em julho. Em janeiro, a medida foi aprovada pela população em um referendo.
Mas sul e norte permanecem em desacordo quanto a Abyei, que cada lado reivindica.
Uma versão preliminar da Constituição do novo país diz que Abyei deve ficar com o sul. Mas o presidente sudanês, Omar al-Bashir, ameaçou não reconhecer o novo Estado se este reivindicar a cidade.
Até recentemente, tais confrontos eram acontecimentos raros nas imediações da cidade.BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.
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