Sudão impedirá agências internacionais de distribuir ajuda

Presidente afirma que pretende nacionalizar trabalhos de assistência no país em um prazo de um ano

PUBLICIDADE

Por Efe
Atualização:

O presidente do Sudão, Omar al-Bashir, afirmou nesta segunda-feira, 16, que as agências internacionais de assistência estão impedidas de distribuir a ajuda destinada ao país num prazo de um ano.

 

Veja também:

'TPI reflete evolução do direito internacional', diz juíza brasileira de HaiaLeia artigo do presidente da Comissão de Inquérito da ONU sobre Darfur

especialEspecial: os conflitos no Sudão e a crise em Darfur

 

"Ordenei ao Ministério de Assuntos Humanitários que 'sudanize' todas as agências de assistência no Sudão dentro de um ano", afirmou o governante em cerimônia com chefes militares e policiais. O chefe de governo disse que, depois desse prazo, "nenhuma organização internacional distribuirá ajuda aos cidadãos do Sudão", e as agências de assistência podem deixar sua comida no aeroporto e as organizações sudanesas a distribuirão.

 

No dia 4 de março, o Sudão ordenou a expulsão ou a suspensão de operações de uma dúzia de organizações de ajuda, nacionais e internacionais, o mesmo dia que se conheceu a ordem de detenção emitida contra ele pela Tribunal Penal Internacional (TPI). Bashir fez o anúncio em discurso que pronunciou em cerimônia no sul da capital com chefes do Exército e da Polícia, como parte de seus contatos com representantes de todos os setores após a decisão anunciada pelo TPI.

Publicidade

 

O governante sudanês, procurado pelo TPI por crimes de guerra e contra a humanidade cometidos no conflito armado de Darfur, acusou as ajudas de assistência estrangeiras de "roubar" o dinheiro oferecido pelos países doadores e destinado ao Sudão. Bashir não fechou a porta totalmente a todas as agências internacionais de assistência, mas sim deixou claro que a ajuda em comida ou remédios só será distribuída por organizações locais. "Aquelas (organizações) que cumprirem as leis do país serão bem-vindas e aquelas que quebrarem a lei serão expulsas", acrescentou o governante.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.