Sudão insiste que tropas em Darfur devem ser africanas

País considera que tropas de outros continentes são uma violação da soberania

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Por Agencia Estado
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O presidente sudanês, Omar Hassan Ahmad al-Bashir, insistiu que as forças de paz em Darfur "devem ser africanas", por considerar que o envio de tropas de outros continentes seria uma violação da soberania do Sudão. Segundo informaram nesta quinta-feira, 29, fontes sauditas, Bashir confirmou sua postura numa reunião na noite de quarta-feira, 28, com o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, em Riad, cidade que recebe a cúpula dos países árabes. Na reunião entre Bashir e Ban, promovida pelo rei saudita, Abdullah bin Abdul Aziz, estiveram também presentes os secretários gerais da Liga Árabe, Amre Moussa, e da Organização da Conferência Islâmica (OCI), Ekmeleddin Ihsanoglu, além do presidente da Comissão da União Africana (UA), Alpha Konaré. O rei saudita, atual presidente da Liga Árabe, tentou convencer Bashir de que uma força internacional não representará nenhuma ameaça à soberania. Mas o líder sudanês insistiu que as tropas de paz devem ser só africanas, segundo as fontes. Além disso, a reunião abordou os aspectos militar, político e humanitário da crise na região de Darfur, no oeste do Sudão. Em abril, uma delegação de especialistas internacionais deverá chegar a Cartum para explicar a opinião da ONU sobre a crise. Depois, vai apresentar ao Conselho de Segurança das Nações Unidas um relatório sobre o resultado de sua visita. O conflito de Darfur começou em fevereiro de 2003, quando dois grupos iniciaram uma rebelião contra a pobreza e marginalização da região. Já são mais de 200 mil mortos e 2 milhões de refugiados.

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