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Sudeste asiático pede conversas com China sobre disputa marítima

Por MANUEL MOGATO E STUART GRUDGINGS
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Os países do Sudeste Asiático mostraram uma rara demonstração de unidade neste domingo contra as alegações marítimas da China, exigindo as primeiras negociações oficiais com Pequim sobre uma disputa marítima que aumentou a tensão e expôs profundas divisões na região. Enquanto o primeiro-ministro chinês, Wen Jiabao, desembarcava no Camboja para reuniões com líderes regionais, os 10 membros da Associação dos Países do Sudeste Asiático (Asean, na sigla em inglês) pareciam determinados em evitar uma repetição do constrangedor colapso de negociações em julho sobre reivindicações conflitantes sobre o Mar do Sul da China, que é rico em minerais, seu maior desafio de segurança. O primeiro-ministro cambojano, Hun Sem, dirá a Wen que a Asean quer começar, o mais rápido possível, as negociações sobre um Código de Conduta vinculativo, visando reduzir a chance de embates navais, disse a jornalistas o secretário-geral da Asean, Surin Pitsuwan. "O próprio primeiro-ministro Hun Sen discutirá com o premiê da China hoje à noite e apresentará esse consenso do lado da Asean", disse Surin. "Eles gostariam de ver o início dessa discussão o mais rápido possível porque essa é uma questão de interesse, preocupação e temor da comunidade internacional". As reivindicações chinesas no Mar do Sul da China semearam profundas divisões no bloco em uma época na qual os gastos militares na região estão aumentando e os Estados Unidos estão voltando a atenção para a Ásia --um "pivô" que o presidente Barack Obama irá reforçar em sua visita à cúpula na segunda-feira na capital do Camboja, Phnom Penh. O Camboja, um aliado da China, vem usando seus poderes como presidente da Asean este ano para limitar a discussão sobre a questão, seguindo a visão de Pequim de que as disputas deveriam ser feitas bilateralmente. A China disse que estaria pronta para discutir o Código de Conduta quando for "o momento certo". As estimativas da reserva de petróleo do sul Mar da China, incluindo previsões comprovadas e não descobertas, vão até 213 bilhões de barris, segundo relatório de 2008 da Administração de Informação Energética dos Estados Unidos.

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