Suécia e Áustria podem receber Charles Taylor

O tribunal de Haia só aceitou julgar o ex-presidente da Libéria se ele for transferido para outro país após o veredicto

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Por Agencia Estado
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Suécia e Áustria receberam pedidos para fornecer carceragem ao ex-presidente liberiano Charles Taylor caso ele seja condenado por crimes de guerra pelo tribunal apoiado pelas Nações Unidas, informaram oficiais dos dois governos nesta quarta-feira. O porta-voz do Ministério do Exterior em Viena, Georg Schnetzer, disse que a Áustria não possui "bases legais" para aceitar Taylor, enquanto oficiais suecos afirmaram que o pedido está sendo revisado. Uma resposta positiva da Suécia, que já possui preso um alto oficial condenado pela guerra nos Bálcãs, removeria um obstáculo chave da transferência de Taylor para Haia. O governo holandês insistiu que somente sediaria o julgamento em Haia se o ex-líder fosse transferido para outro país após o veredicto, não importa qual seja. Suécia e outros países foram questionados pelas Nações Unidas se estariam dispostos a aceitar que Taylor cumpra pena em uma prisão em seu território, informou o secretário do ministério do Exterior sueco, Hans Dahlgren. Dahlgren recusou-se a revelar quais outros países foram contatados e qual a posição do governo sueco, dizendo que sabia apenas que a questão está sendo analisada. Vários diplomatas disseram à agência Associated Press na terça-feira que nenhum país queria ter Taylor por 20 ou 30 anos na cadeia ou no exílio. O porta-voz do Ministério do Exterior da Holanda, Dirk-Jan Vermeij, disse que o governo estava em contato com um país sobre Taylor, mas não confirmou se era a Suécia. Um diplomata sueco em Nova York disse que seu governo faria um anúncio sobre a questão, provavelmente, na quinta-feira, mesmo dia em que a o Conselho de Segurança da ONU considerará a resolução que permite a transferência do julgamento para Haia Em Estocolmo, o porta-voz do Serviço Penitenciário, Christer Isaksson, disse que o órgão está preparado para receber condenados por crimes de guerra, inclusive alguém como Taylor. Dois ex-líderes bósnios condenados pelo tribunal em Haia estão atualmente presos na Suécia. O ex-presidente bósnio, Biljana, está cumprindo uma pena de 11 anos na prisão de segurança máxima da capital. E Miroslav Deronjic, a maior autoridade de guerra na cidade bósnia de Bratunac, durante a guerra entre 1992 e 1995, cumpre sentença de dez anos. Na semana passada, a Corte Especial de Serra Leoa pediu que o julgamento de Taylor fosse transferido para Haia, por questões de segurança. Acusações Taylor é acusado de apoiar rebeldes de Serra Leoa durante a guerra civil (1991 a 2002) e de traficar armas e diamantes enquanto no poder na Libéria. O estatuto que criou a Corte de Serra Leoa afirma que os condenados pelo tribunal podem ser transferidos para países que possuem acordos de "execução de sentenças" com as cortes apoiadas pela ONU de Ruanda e Iugoslávia. Países com esse acordo incluem: Áustria, Dinamarca, Finlândia, França, Alemanha, Itália, Noruega, Espanha e Suécia.

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