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Suécia lança, no Báltico, maior operação militar de sua história

Fotógrafo registrou o que especialistas dizem ser um submarino russo em missão de espionagem próximo a Estocolmo

Por ANDREI NETTO , CORRESPONDENTE e PARIS
Atualização:
Corveta das Forças Armadas suecas no mar Báltico, nesta segunda Foto: Anders Wiklund/AP

A Suécia realiza desde sábado a maior operação militar de sua história recente em busca de uma embarcação estrangeira que invadiu suas águas territoriais sem autorização. Flagrada no Mar Báltico, ela chegou a 50 quilômetros da capital, Estocolmo. A operação foi confirmada pelo Ministério da Defesa.

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Um fotógrafo amador registrou o momento em que um "objeto fabricado pelo homem" afundou em águas do arquipélago de Estocolmo, região próxima à capital. A imagem levou o Ministério da Defesa sueco a mobilizar 200 homens, embarcações e helicópteros para as buscas no Báltico.

Navios civis foram orientados a não trafegar pela área e, segundo o jornal Expressen, uma zona de exclusão aérea foi estabelecida no perímetro, desviando rotas de aviões comerciais.

O primeiro-ministro sueco, Stefan Löfven, confirmou ontem que a "operação de inteligência" continua. "Nós não sabemos exatamente do que se trata e, antes de tudo, precisamos saber. Esse é o ponto em que estamos", afirmou ele.

No domingo, Anders Grenstad, contra-almirante da Marinha, confirmou as informações, rejeitou uma caça à embarcação e falou em investigação. "Pode ter sido um submarino ou um minissubmarino", afirmou. Para Grenstad, uma área ao sul de Estocolmo teria sido alvo de interesse de "uma potência estrangeira". "Estamos buscando indícios que nos permitam provar alguma atividade submarina estrangeira", explicou.

Mesmo que as Forças Armadas não confirmem, a imprensa sueca garante que se trata de um submarino russo em missão de espionagem, tendo partido do enclave de Kaliningrado, onde fica uma base naval do país no Báltico.

O Ministério da Defesa da Rússia negou ter realizado operações em águas territoriais suecas. "Os navios e submarinos da Marinha russa realizam suas missões em águas de oceanos do mundo conforme seus programas. Não há situações extraordinárias, muito menos urgência, implicando embarcações de guerra russas", disse uma nota do ministério.

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Especialistas em assuntos militares na Europa suspeitam de que se trata mesmo de uma embarcação russa, que teria recebido o apoio de um navio petroleiro com bandeira da Libéria.

A embarcação pertenceria à empresa russa Sovcomflot, estaria ancorada em São Petersburgo, na Rússia, até a semana passada, e teria feito nos últimos dias uma trajetória circular atípica ao largo do arquipélago de Estocolmo, ainda em águas internacionais.

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