O presidente da Suíça, Hans Rudolf Merz, defendeu nesta sexta-feira, 21, as desculpas públicas que apresentou à Líbia pela breve detenção há 13 meses em Genebra de um filho do dirigente desse país, Muammar Kadafi, e reconheceu que "não havia outra alternativa".
Em entrevista coletiva, Merz revelou que as tentativas para superar a crise entre ambos os países "estavam bloqueadas".
Esta situação não só tinha criado prejuízos econômicos para a Suíça (interrupção de voos entre Suíça e Trípoli, queda da atividade comercial bilateral e a retirada quase total dos fundos líbios neste país), mas também envolveu um drama humano.
A sorte de dois cidadãos suíços retidos na Líbia dependia de um acordo.
Trata-se de dois executivos que as autoridades líbias impedem há 13 meses a saída do país, como vingança de Kadafi pela detenção em Genebra de seu filho Hanibal, acusado de maltratar dois empregados domésticos.
O presidente suíço disse hoje que tem certeza que ambos os cidadãos suíços serão libertados na próxima semana, segundo lhe prometeu o primeiro-ministro líbio.
Merz, sobre cujo Governo choveram as críticas pelo que muitos consideram um desenlace humilhante para o país, afirmou hoje que assume a responsabilidade do acordo com a Líbia e suas consequências.
"O que vocês teriam feito em meu lugar?", perguntou aos jornalistas que o interrogavam, após lembrar que os dois cidadãos suíços estão retidos há mais de um ano em Trípoli em condições difíceis.