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Suíça não apóia proposta de imposto sobre venda de armas

Por Agencia Estado
Atualização:

A Suíça, país que hospedou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e outros líderes do mundo em desenvolvimento para a Cúpula do G-8 em Evian, na semana passada, não deverá apoiar a proposta brasileira de se criar uma taxa sobre o comércio de armas para estabelecer o fundo mundial contra a fome. "A idéia parece generosa, mas, no caso da Suíça, não é a iniciativa mais adequada", afirmou o ministro da Economia da Suíça, Joseph Deiss, em uma entrevista ao jornal Dimanche, de Genebra, em sua edição de hoje. Lula, durante a reunião com as oito maiores economias do mundo, apresentou uma proposta de que o fundo mundial contra a fome fosse alimentado por taxas cobradas nas exportações de armas. O presidente francês, Jacques Chirac, deu sinais de que poderia estudar a proposta, mas o primeiro-ministro da Inglaterra, Tony Blair, apontou que o mecanismo de colocar impostos sobre armas poderia não funcionar. Segundo o jornal suíço, o governo de Berna, um dos que mais destina recursos à redução da pobreza no mundo, também não estaria de acordo com a proposta. Por vender poucas armas, os suíços acreditam que não poderiam arrecadar verba suficiente para lutar contra a fome. Mas o jornal também aponta contradições na proposta de Lula. Segundo o ministro da economia, o esforço do governo é de promover o desarmamento e, portanto, seria paradoxal defender um fundo que dependeria da venda de armas. Os suíços, que um dia antes do G-8 realizaram uma reunião em Lausanne para debater uma nova forma de ajudar os países pobres, continuam defendendo os mecanismos já existentes no cenário internacional para lutar contra a pobreza. Para Berna, a melhor forma seria o aumento da ajuda oficial dos governos para reduzir pela metade pobreza no mundo até 2015, como quer a ONU. A proposta de Lula ainda enfrentaria outro obstáculo. Uma taxação sobre a venda de armas necessitaria a criação de um tratado internacional, que levaria pelo menos alguns anos para ser negociado, assinado pelos países e ratificado pelos parlamentos nacionais. Veja o especial sobre o G-8

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