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Suíça suspende acordo com Líbia e exige volta de presos

Por AE-AP
Atualização:

O governo suíço suspendeu hoje um acordo para reparar suas relações com a Líbia, até que dois cidadãos suíços mantidos no país árabe possam voltar para casa. A Suíça também endureceu restrições a vistos para cidadãos líbios, na mais recente troca de acusações entre as duas nações desde a prisão e breve detenção do filho do líder líbio Muamar Kadafi, no ano passado."O lado líbio sistematicamente se recusa a cooperar", afirmou um comunicado do gabinete suíço. Segundo o texto, a Líbia "sequestrou" os dois homens e impede que eles recebam visitas, em desacordo com a legislação internacional.A decisão ocorre após repetidos esforços da Suíça para assegurar a libertação de dois empresários que estão em algum ponto não conhecido da Líbia. O jornal suíço "La Liberté" afirma que Hannibal, um filho de Kadafi, exige US$ 50 milhões pela libertação, mas as autoridades se recusam a confirmar a versão.O sofrimento dos empresários Max Goeldi e Rachid Hamdani enfureceu a Suíça, que já se desculpou publicamente por seu tratamento a Hannibal Kadafi. O filho do líder líbio foi preso por dois dias no país europeu por supostamente agredir funcionários em 2008, em um luxuoso hotel de Genebra.A Líbia impede há mais de um ano que a dupla deixe o país. O caso piorou quando, mesmo após um acordo de agosto, os dois foram transferidos para um local secreto, "por razões de segurança", inclusive pelo temor da "ameaça de que a Suíça possa libertá-los militarmente", segundo uma carta do governo líbio citada pelo Ministério das Relações Exteriores da Suíça.O impasse atual é um embaraço para o governo suíço e especialmente para o presidente Hans-Rudolf Merz, que assinou pessoalmente o acordo com a Líbia. Merz chegou a dizer que ele iria "aguentar as consequências" caso os empresários não retornassem à Suíça até 1º de setembro. O prazo se esgotou e o presidente tem ignorado os pedidos para deixar o cargo.

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