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Sul-coreano segue os passos dos pais e deserta para a Coreia do Norte

Choe In-guk, de 73 anos, se viu motivado pelo estigma e dificuldades financeiras pelas quais passou depois que sua família teve a mesma atitude décadas antes

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Por Redação
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SEUL - Um sul-coreano realizou um feito incomum: desertou para a Coreia do Norte. Ele se viu em parte motivado pelo estigma e dificuldades financeiras pelas quais passou depois que seus pais tiveram a mesma atitude décadas antes.

Choe In-guk, de 73 anos,anunciou que iria viver na capital norte-coreana em um vídeo divulgado pela imprensa estatal do país Foto: Uriminzokkiri / AP

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Choe In-guk, de 73 anos, chegou a Pyongyang no sábado e anunciou que iria viver na capital norte-coreana em um vídeo divulgado pela imprensa estatal do país.

É pouco habitual que um sul-coreano deserte para Pyongyang. A Coreia do Sul diz que mais de 30 mil pessoas deixaram o Norte desde a Guerra da Coreia (1950-1953) para escapar de décadas de repressão e da pobreza.

Ao longo de sua vida, Choe não conseguiu encontrar um trabalho estável ou respeito desde a deserção dos pais em 1986, contou o amigo dele Na Han-yu. Outro conhecido do sul-coreano, Song Beom-du, disse ao jornal Dong-A Ilbo, do Sul, que o desertor confessou a ele que não havia nada que poderia fazer na Coreia do Sul e estava sofrendo.

Imagem de agosto de 2000 e divulgada em julho de 2019 mostraChoe In-guk em encontro com sua mãe,Ryu Mi Yong, durante evento para reunir famílias separadas em Seul Foto: Yonhap / AFP

O pai de Choe, Choe Dok Shin, era um general reformado que lutou na Guerra da Coreia e serviu no Ministério das Relações Exteriores durante a presidência de Park Chung-hee, que governou a Coreia do Sul com punho de ferro de 1961 a 1979.

Em 1976, o pai de Choe emigrou para os Estados Unidos com sua mulher, Ryu Mi Yong, depois que sua relação com o governo Park se deteriorou. O casal se estabeleceu na Coreia do Norte, convertendo-se nos desertores mais famosos até então, e viveu entre a elite de Pyongyang até a morte de Choe Dok Shin. / AFP

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