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Sul-coreanos promovem maior ato antiamericano em anos

Por Agencia Estado
Atualização:

Revoltados com a forma como os militares dos Estados Unidos trataram um acidente de trânsito envolvendo seus soldados, milhares de pessoas carregando velas promoveram na noite deste sábado (horário local) uma passeata até a Embaixada dos EUA na maior manifestação antiamericana em anos. Gritando "fora com os assassinos soldados americanos", a multidão reuniu-se no principal cruzamento do centro de Seul para protestar contra um recente julgamento numa Corte Militar dos EUA que inocentou dois soldados no caso de uma colisão que deixou duas adolescentes sul-coreanas mortas. Os manifestantes exigem que os soldados sejam julgados por um tribunal da Coréia do Sul. Depois de romperem uma barreira policial, os manifestantes entraram numa praça na frente da Embaixada, guardada por milhares de tropas de choque e rodeada por vários ônibus da polícia. Dezenas de ovos foram jogados no prédio da Embaixada. A imprensa local divulgou que 15.000 pessoas participaram do protesto na capital sul-coreana, e outras 50.000 a 100.000 realizaram manifestações semelhantes em várias outras cidades. Os protestos foram pacíficos. Ao contrário de manifestações antiamericanas anteriores, que normalmente envolviam pequenos grupos de ativistas opostos à forte presença dos EUA no país, os protestos deste sábado atraíram milhares de cidadãos comuns. Eles ignoraram advertências do presidente Kim Dae-jung de que tal irrupção de sentimento antiamericano não servia ao interesse nacional da Coréia do Sul. "Os Estados Unidos são um aliado que coopera conosco na manutenção da estabilidade e da paz na península Coreana", afirmou um porta-voz de Kim, Park Sun-sook. A manifestação forçou o adiamento da visita de uma delegação do Congresso dos EUA. Henry Hyde, presidente do Comitê de Relações Exteriores da Câmara dos Representantes, e sua delegação adiaram uma visita deste sábado a Seul, "porque ele não queria que a delegação se tornasse um ponto de atenção das demonstrações aqui", explicou a Embaixada num breve comunicado. A visita será reprogramada para "um momento menos sensível".

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