
13 de julho de 2012 | 03h03
Segundo a Força Aérea, as duas vítimas foram identificados como o tenente Andrés Serrano Lemus e o técnico Oscar Castillo Moncaleano. Os corpos foram entregues ao Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) e seriam levados para Popayán.
O Super Tucano, de fabricação brasileira, sobrevoava a região de Cauca, no sudoeste colombiano, quando desapareceu dos radares. A aérea é conhecida como um grande corredor utilizado por traficantes de drogas. Nos últimos dias, o governo vem tentando expulsar as Farc da região, causando violentos combates.
Em comunicado, as Farc disseram ter abatido o Super Tucano. "O último combate, ocorrido ontem (quarta-feira), às 17h30, (horário de Brasília), no município de Jambaló, culminou com a derrubada de um Super Tucano, vítima de nossa bateria antiaérea", declarou a guerrilha. "Dois de seus tripulantes morreram."
Pouco antes, o general Tito Pinilla, comandante da Força Aérea da Colômbia, disse ser "pura especulação" o rumor de que a guerrilha derrubou o avião. "Em razão da velocidade e altitude em que o avião voava, é altamente improvável que ele tenha sido atingido pelas Farc", afirmou Pinilla. Ele também informou que os insurgentes não têm mísseis terra-ar.
O presidente colombiano também disse ser improvável que a guerrilha tenha derrubado o caça. "As Farc aproveitam cada ocorrido para divulgar mentiras. Lamentavelmente, meios de comunicação e redes sociais reproduziram isso", disse Santos. "É preciso cuidado para não cair em armadilhas."
O presidente colombiano ainda acusou a guerrilha de buscar refúgio em casas de civis no Departamento de Cauca. "Isso é condenável e inaceitável", declarou. "São covardes."
A guerrilha afirma que está em poder de uma metralhadora .50 retirada dos destroços do avião e se disse aberta ao diálogo com o governo.
"Estamos afônicos por repetir quais são os problemas da Colômbia, mas podemos superar isso por meio do diálogo", declarou o grupo. Em repetidas oportunidades, o governo rejeitou as promessas de diálogo das Farc e pediu provas de que a guerrilha pretenda efetivamente se desarmar.
O incidente ocorreu um dia depois da visita de Santos ao Departamento de Cauca. No local, Santos ouviu vaias e insultos de tribos indígenas que foram pegas no fogo cruzado. "Nós também estamos cansados da guerra, mas não podemos desmilitarizar nem um centímetro sequer do território nacional", afirmou o presidente. / REUTERS, AP e AFP
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