O Governo sírio de Bashar Al Assad denunciou um suposto ataque a mísseis ordenado por Israel contra alvos na capital do país, Damasco, nesta quinta-feira, 6. O acontecimento é mais um fator de tensão na Guerra da Síria, que já envolve países como Irã, Rússia e Turquia.
Os mísseis teriam sido lançados pela força aérea israelense a partir das Colinas de Golã, território ocupado por Israel desde a Guerra dos Seis Dias, em 1967, e do sul do Líbano. O ataque teria como alvo bases iranianas e sírias em Damasco e na província de Deraa, ao sul da capital.
A televisão estatal síria mostrou imagens da defesa antiaérea síria derrubando mísseis no espaço aéreo da capital. A agência estatal SANA informou que a maior parte dos projéteis foi abatida antes de atingirem os alvos.
O Governo sírio não divulgou informações sobre danos ou vítimas, porém, o Observatório Sírio para os Direitos Humanos, ONG sediada no Reino Unido, informou que os mísseis atingiram três posições sírias e iranianas perto de Damasco, causando um incêndio em uma dessas áreas.
ATAQUE DE ISRAEL E TENSÃO INTERNACIONAL
Este não é o primeiro ataque de Israel na Síria. O país judeu frequentemente ataca alvos das forças do governo sírio e seus aliados, milícias xiitas libanesas ou iranianas, causando baixas entre suas fileiras. Contudo, o ataque desta quinta é um fator internacional a mais na já tensa agenda internacional pela qual passa a guerra síria.
O principal foco de tensões é a região noroeste do país, em especial a província de Idlib, que é disputada por forças rebeldes, tropas governistas de Bashar Al Assad e pelo governo turco, que comanda uma campanha militar na área próxima a fronteira com o país.
Enquanto a diplomacia turca pede uma mediação russa para que os ataques governistas na região sejam suspensos, a fim de evitar uma escalada do conflito, o Kremlin alega que as forças governistas da Síria e a infraestrutura russa no país continuam sendo atacadas na zona que estaria sob influência da Turquia.
Um encontro de delegações russa e turca, ou mesmo de Vladimir Putin e Recep Tayyip Erdogan, é esperado para tratar do imbróglio na região. Turquia, Rússia e Irã ainda coordenam as ações em terra na Síria. / Agências Internacionais