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Suposto terrorista rejeita proteção da França

Por Agencia Estado
Atualização:

O francês Zacarias Moussaoui, 33 anos, nascido em Narbone, no sul do país, e indiciado pela justiça federal dos EUA por conspiração e cumplicidade com a rede terrorista Al-Qaeda nos atentados de 11 de setembro - crimes que podem levá-lo à pena de morte -, decidiu recusar a proteção consular oferecida pelo governo francês, segundo informa o Quai D?Orsay, o ministério do Exterior da França. A ministra francesa da Justiça, Marylise Lebranchu, voltou a oferecer proteção consular ao acusado, tendo lembrado que "toda pessoa beneficiada pela proteção consular francesa não deve ser executada". A recusa de Zacarias Moussaoui, se novamente confirmada, desfaz uma nova pendência nas relações entre Washington e Paris, cujas posições desde o início da crise dos atentados não tem sido inteiramente convergentes. A União Européia tem manifestado uma oposição determinada à pena de morte nos Estados Unidos, país que detém o recorde de execuções em todo o mundo. Ontem, ouvida sobre a recusa manifestada por Zacarias, sua mãe Aicha, de origem marroquina, mas que vive na França desde os 18 anos de idade, voltou a reivindicar aos prantos a extradição de seu filho para a França onde afirma confiar na Justiça. "A América me dá medo", acrescentou. Ao mesmo tempo, o dirigente da extrema direita francesa, Bruno Megret, solicitou que o governo retirasse a nacionalidade francesa de Zacarias. Para os EUA, ele seria o quinto terrorista que deveria embarcar no avião seqüestrado e que não atingiu seu objetivo espatifando-se contra o solo na Pensilvânia. Apesar desse relativo mal estar nas relações entre os dois governos e das queixas francesas de dificuldades para a integração militar de seus soldados no Afeganistão junto às forças da coalizão, a prisão de Zacarias Moussaoui é fruto de uma cooperação policial e judiciária exemplar entre organismos desses dois países. O juiz antiterrorista da França, Jean Louis Bruguiére, foi o primeiro a sugerir às autoridades americanas uma investigação sobre as atividades de Moussaoui nos EUA, pois havia suspeita de seu envolvimento com redes terroristas e informações sobre viagens ao Paquistão e Afeganistão. Recentemente, em carta dirigida à sua mãe, publicada o mês passado pelo jornal Le Monde, Zacarias procurava acalmá-la . "Eles vão procurar fabricar provas e testemunhas, mas eu tenho provas, testemunhas e Alá para ridicularizar esse complô?, escreveu.Leia o especial

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