Suposto torturador é extraditado do México

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

A extradição para a Espanha do ex-capitão da Marinha argentina Ricardo Miguel Cavallo, de 49 anos, foi aprovada ontem à noite pelo governo mexicano. A medida era solicitada pela Justiça de Madri diante de acusações de atentados terroristas, tortura e genocídio cometidos durante a ditadura militar da Argentina, de 1976 a 1983. Cavallo - cujos advogados iniciaram um processo de apelação - se ocupava de tarefas de inteligência no campo de concentração da Escola de Mecânica da Armada (Esma), um dos principais centros de extermínio da ditadura, cujas ações causaram o desaparecimento de mais de 30 mil pessoas. O juiz espanhol Baltasar Garzón, o mesmo que pediu à Grã-Bretanha a extradição do ex-ditador chileno Augusto Pinochet, incluiu Cavallo em um processo contra um grupo de 99 militares argentinos por delitos contra os direitos humanos. Segundo Garzón, tudo indica que o ex-capitão participou de forma direta e ativa das detenções, seqüestros, torturas físicas e psicológicas, além de desaparecimentos de pessoas que foram detidas pela Esma. Durante sua detenção no México, Cavallo foi interrogado por dois agentes da Brigada Criminal francesa, sobre seqüestro, tortura desaparecimento de 15 cidadãos argentinos, entre eles duas freiras: Alice Domon e Leonie Duquet. Na Esma, localizada no centro de Buenos Aires, foram detidas de forma ilegal, torturadas e assassinadas mais 5 mil pessoas. A Federação Internacional dos Direitos Humanos disse que Cavallo é ?um dos 99 supostos torturadores culpados de crimes de genocídio, terrorismo e tortura, incluídos na lista?, segundo assegurou Garzon.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.