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Supostos atentados islâmicos matam 23 na Nigéria

Por IBRAHIM MSHELIZZA
Atualização:

Supostos extremistas islâmicos abriram fogo contra transeuntes em um povoado comercial no nordeste da Nigéria, matando 18 pessoas, num dos mais violentos ataques das últimas semanas no país, disse uma fonte governamental local na terça-feira. Em outro ataque, na maior cidade do norte do país, Kano, nesta terça-afeira, supostos integrantes do Boko Haram que estavam numa moto mataram cinco pessoas que participavam de um jogo ao ar livre, disseram testemunhas e uma fonte hospitalar que recebeu os corpos. O primeiro atentado, ocorrido na noite de domingo na cidade de Damboa, aparentemente tinha como alvo caçadores que vendem a carne de animais cujo consumo é proibido pela religião islâmica, como macacos e porcos, disse o funcionário local Alhaji Abba Ahmed a jornalistas. "Atiradores suspeitos de serem membros da BH vieram ao mercado da cidade e mataram a tiros imediatamente 13 caçadores locais, e outros cinco morreram em consequência dos seus ferimentos no hospital", disse Ahmed. "Eles chegaram num carro Volkswagen Golf, realizaram a operação e partiram." A Boko Haram segue uma versão rigorosa do islamismo wahabita, e vê como infiéis todos os que não compartilham dos seus preceitos. O grupo intensificou suas operações na última semana, causando um surto de violência no norte da Nigéria. Damboa fica numa parte remota do nordeste do país, um reduto da seita perto da fronteira com Níger, Camarões e Chade. O grupo luta para criar um Estado islâmico no norte da Nigéria, um país com 170 milhões de habitantes, dividido em partes quase iguais entre cristãos e muçulmanos. A insurgência é vista como a principal ameaça à segurança do país, importante produtor de petróleo. Os militantes já mataram milhares de pessoas nos últimos três anos. Seus alvos incluem forças de segurança e igrejas, mas o grupo mata mais muçulmanos do que cristãos.

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