Suprema Corte de Honduras rejeita ultimato da OEA

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Por AE
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As primeiras gestões do secretário geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), José Miguel Insulza, em Tegucigalpa não tiveram sucesso. Ele chegou hoje a Honduras para buscar um acordo político que leve o deposto presidente do país, Manuel Zelaya, novamente ao cargo, em meio a protestos de milhares de pessoas, contra e à favor do mandatário, derrubado por um golpe militar no domingo passado. Ele primeiro foi à Suprema Corte de Justiça de Honduras, que rechaçou uma eventual volta de Manuel Zelaya à presidência. O porta-voz da Suprema Corte, Danilo Izaguirre, diz que Insulza pediu ao presidente da corte, Jorge Rivera, que Zelaya fosse reempossado no cargo, mas que Rivera disse não. "Agora, a OEA terá que decidir o que fará", disse Izaguirre. Zelaya estaria preparando seu regresso ao país para o domingo, como informou em Manágua o presidente da Nicarágua, Daniel Ortega.Ainda não foi marcada uma reunião entre Insulza e o governo do presidente designado Roberto Micheletti. O chanceler designado Enrique Ortez disse que o governo interino está "satisfeito" com a visita de Insulza e que deu instruções para que ele seja bem recebido. "Ele poderá negociar conosco se julgar oportuno, mas nossa soberania não será nunca negociada. Insulza pode negociar o que quiser, menos a situação de Zelaya", disse Ortez em coletiva de imprensa.Pouco antes da chegada de Insulza, milhares de simpatizantes de Zelaya marcharam em protesto para pedir a volta do mandatário deposto. Mas ao mesmo tempo milhares de partidários de Roberto Micheletti se reuniram em frente ao palácio presidencial, a partir de onde o presidente designado agradeceu a eles por demonstrarem ao mundo "que queremos viver em paz e democracia". Micheletti pediu à multidão que comunique ao mundo que "aqui não houve um golpe de Estado".Insulza alertou que seria muito difícil mudar a situação em apenas dois dias. O prazo dado pela OEA vence no sábado e a partir de amanhã Honduras poderá ser suspensa da organização. As informações são da Associated Press e da Dow Jones.

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