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Suprema Corte do Paquistão ordena prisão de primeiro-ministro

Ashraf é acusado de ligação com caso de corrupção em projetos de energia do país

Atualização:

ISLAMABAD - A Suprema Corte do Paquistão ordenou a prisão do primeiro-ministro Raja Pervez Ashraf por ligação com um caso de corrupção em projetos de energia, noticiaram canais de televisão nesta terça-feira, 15, afundando o país em uma nova turbulência política. A Suprema Corte deu às autoridades 24 horas para prender o primeiro-ministro e outros 16 envolvidos no escândalo.

A decisão foi tomada ao mesmo tempo que um clérigo populista, o qual se acredita receber apoio dos militares, exigia a renúncia do governo, comandando protestos com a presença de milhares de seguidores no coração da capital Islamabad. O clérigo, Muhammad Tahirul Qadri, ameaçou permanecer acampado perto do Parlamento, com milhares de apoiadores, até que seus pedidos sejam atendidos. Qadri recentemente voltou do Canadá para liderar um pedido por reformas, que fez dele um sucesso instantâneo entre os paquistaneses desiludidos com o Estado. Em um discurso feito atrás de um escudo à prova de balas na frente do Parlamento, Qadri elogiou o Exército e o Judiciário, os outros dois centros de poder do país. "(O governo) desperdiçou e trouxe um fim ruim para as nossas Forças Armadas, as Forças Armadas que são altamente sinceras, altamente competentes, altamente capacitadas e altamente profissionais", disse ele, alternando entre o idioma urdu e o inglês. "Mesmo eles não podem fazer nada, porque a política do governo não é capaz de entregar nada desta terra. Decisões estão sendo feitas por nosso excelente e independente sistema judiciário, mas o governo não está pronto para implementá-las." Um porta-voz do clérigo disse que os manifestantes ficariam acampados em torno do Parlamento até que o governo dissolvesse o Legislativo e anunciasse a formação de um governo provisório. Em um determinado momento, as forças de segurança dispararam para o ar e usaram gás lacrimogêneo para tentar controlar a multidão. O ministro do Interior, Rehman Malik, disse mais tarde a canais de televisão locais que o governo não cederia a Qadri.

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