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Suprema Corte dos EUA proíbe restrições a serviços religiosos em NY por causa da pandemia

Juíza Amy Coney Barrett, indicada recentemente por Trump, desempenhou um papel decisivo na votação de 5 a 4

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Por Redação
Atualização:

NOVA YORK - A Suprema Corte dos Estados Unidos proibiu na quarta-feira, 26, o governador do estado de Nova York a impor restrições aos locais de culto devido à pandemia, com base na defesa da liberdade de culto citada na Constituição. As cerimônias religiosas não devem ser tratadas de maneira diferente que as concentrações de pessoas por razões não religiosas, de acordo com o veredicto.

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A decisão do tribunal estava em desacordo com outras anteriores a respeito de igrejas na Califórnia e em Nevada. Mas seu quadro de membros mudou desde então.

A juíza Amy Coney Barrett, indicada por Donald Trump poucas semanas antes da eleição, desempenhou um papel decisivo na votação de 5 a 4, com o presidente da justiça John Roberts e os três membros liberais do tribunal em dissidência. 

Em abril, a missa de Páscoa foi transmitida ao vivo de uma igreja católica quase vazia no Brooklyn. O governador de Nova York, Andrew Cuomo, estipulou que os locais de culto das chamadas "zonas vermelhas", onde o vírus circula intensamente, poderiam reunir apenas 10 pessoas.

A sede da Suprema Corte dos Estados Unidos, em Washington Foto: AP Photo/Patrick Semansky

Mas em seu veredicto, a Suprema Corte deu razão a duas demandas, apresentadas pela diocese católica do Brooklyn e duas sinagogas, e considerou que as normas são contrárias ao livre exercício da religião, protegido pela primeira emenda.

A decisão reflete a nova configuração da Suprema Corte desde a chegada no fim de outubro de Amy Coney Barrett, uma juíza católica conservadora nomeada pelo presidente Donald Trump após a morte de Ruth Bader Ginsburg. "Mesmo em uma pandemia, a Constituição não pode ser deixada de lado e esquecida", afirmou o tribunal.

A pandemia provocou uma grande tensão entre a prefeitura democrata de Nova York e a comunidade judaica ortodoxa da cidade, acusada de não respeitar as normas de saúde, começando pelo distanciamento entre as pessoas.

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No mês passado, manifestações sobre o tema acabaram com incidentes violentos no Brooklyn. Estados Unidos registraram na quarta-feira, véspera do feriado de Ação de Graças, mais de 2.400 mortes por covid-19 em 24 horas. / AFP

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