Suspeito de enviar carta com veneno a Obama é liberado da prisão

Advogado de Paul Kevin Curtis alega que não havia evidências para deixarem seu cliente preso

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Por Denise Chrispim Marin e correspondente em Washington
Atualização:

WASHINGTON - Preso sob a acusação de ter enviado uma carta com veneno ao presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, Paul Kevin Curtis, de 45 anos, foi liberado nesta terça-feira, 23, da prisão sob pagamento de fiança. Uma audiência marcada para hoje foi suspensa. O caso abriu controvérsia sobre a prisão de Curtis antes de a investigação apresentar evidências concretas da tentativa de envenenar Obama.

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"Se não foi Curtis, o suspeito correto está solto nas ruas", criticou o senador democrata Tom Carter, referindo-se a uma nova carta supostamente envenenada postada para a base da Força Aérea dos EUA em Anacostia-Bolling, a 11 km da Casa Branca.

Cover de Elvis Presley, Curtis fora preso em 17 de abril em Corinth, no Estado do Mississippi. O Serviço Secreto havia identificado no dia anterior, na Casa Branca, uma carta suspeita assinada por "KC" e endereçada a Obama. No dia 15, o senador Roger Wicker, de Mississippi, também recebera uma carta como aquela. Ambas tinham sido postadas em Memphis, no Estado do Tennessee.

Em um primeiro momento, as autoridades americanas consideraram a possibilidade de conexão entre a tentativa de envenenar Obama e Wicker e o atentado à Maratona de Boston, o que foi descartado mais tarde. Exames preliminares indicaram a presença de ricina, veneno altamente letal, em ambas as cartas. Os testes mais profundos não foram concluídos ainda. Segundo Christi McCoy, advogado de Curtis, o único fato concreto desse caso "é a falta de evidências."

No tribunal federal onde foi indiciado, Curtis negou ter enviado as cartas envenenadas. Os investigadores vasculharam sua casa e seu carro, em Corinth, e não encontraram vestígios de ricina. No seu computador não havia nenhuma pesquisa sobre a substância. Mas, na página de Curtis no Facebook foi encontrada a mesma frase escrita nas cartas: "ver um erro e não expô-lo é se tornar um cúmplice silencioso em favor de sua continuidade". 

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