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Suspeito de matar deputada britânica seria apoiador de neonazistas dos EUA

De acordo com ONG americana especializada em direitos civis e litígios de interesse público, Thomas Mair teria uma "longa história com o nacionalismo branco" da Aliança Nacional

Atualização:

LONDRES - O suspeito de matar a deputada britânica Jo Cox é um "partidário incondicional" de um grupo neonazista com sede nos Estados Unidos, afirmou um grupo americano de defesa dos direitos civis. Segundo o Southern Poverty Law Centre - ONG americana especializada em direitos civis e litígios de interesse público -, o assassino identificado pelos meios de comunicação britânicos como Thomas Mair tem uma "longa história com o nacionalismo branco".

"De acordo com os arquivos obtidos pelo Southern Poverty Law Center, Mair é partidário incondicional da Aliança Nacional, que foi durante muitos anos a organização neonazista mais importante dos Estados Unidos", disse a organização.

Polícia britânica isola casa de Thomas Mair, suspeito de ter assassinado a deputada Jo Cox Foto: REUTERS/Craig Brough

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Segundo o grupo, Mair gastou mais de 620 dólares em material de leitura sobre a Aliança Nacional, grupo que defende a criação de uma Nação exclusivamente branca e a erradicação do povo judeu.

A deputada britânica, de 41 anos, mãe de dois filhos, foi atacada a tiros em Birstall, no norte da Inglaterra, e morreu em decorrência dos ferimentos pouco depois, em um hospital de Leeds.

Cox defendia a permanência do país na União Europeia e, segundo vários meios de comunicação, seu agressor gritou "Britain first" - (Grã-Bretanha primeiro, em português), nome de grupo político de extrema direta com discurso radical contra imigrantes e favorável ao Brexit - antes do ataque.

Scott Mair, irmão do agressor, disse ao Daily Telegraph que Thomas sofreu de problemas mentais, mas foi devidamente tratado. "Não posso acreditar no que aconteceu. Meu irmão não é violento e não se mete em política. Teve problemas mentais, mas recebeu ajuda", afirmou Scott.

Solidão. O homem de 52 anos preso pelo assassinato da parlamentar britânica Jo Cox foi descrito por seus vizinhos como um homem solitário e apaixonado por jardinagem. A vizinha Diana Peters, de 65 anos, disse que conhece Mair desde menino e que ele nunca recebia visitas.

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"Estou totalmente arrasada - não quero acreditar nisso. Ele sempre me foi muito útil", disse. "Tudo que eu pedia a ele, ele fazia de boa vontade, e às vezes sem que eu precisasse pedir", acrescentou. "Eu o vi no dia anterior. Estava levando meus gatos ao veterinário e ele me perguntou como eles estavam", acrescentou.

Mair ensinou inglês a estrangeiros na comunidade local durante vários anos e foi criado pelos avôs, disse ela, acrescentando que a mãe está em um asilo atualmente. / AFP e REUTERS

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