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Suspeito de planejar ataques em Paris diz que não participou de atentados na Bélgica

Salah Abdeslam colocou a culpa em seu irmão, Brahim Abdeslam, o qual também seria o responsável por fornecer dinheiro para a operação na França

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Por Redação
Atualização:

PARIS - O autor dos atentados de Paris em novembro de 2015, Salah Abdeslam afirmou à polícia belga que não participou da organização dos ataques em Bruxelas, e colocou a culpa em seu irmão, Brahim, e em Abdelhamid Abaadoud, revelou nesta sexta-feira, 25, a emissora francesa BFMTV.

Em depoimento, Abdeslam disse que desistiu de forma voluntária de detonar seu colete de explosivos perto do Stade de France, como em princípio estava previsto. Após ter deixado seus três companheiros - que completaram suas missões - perto do estádio, ele pegou o metrô e entrou em contato com outro terrorista foragido, Mohammed Abrini.

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Especialistas alertam que a versão de Abdeslam está repleta de inconsistências e mentiras, e seria pouco confiável para tentar reconstruir o ocorrido.

Considerado o mentor logístico dos atentados, Abdeslam disse que alugou os carros e reservou os quartos de hotel a pedido de seu irmão, que se suicidou após detonar um colete de explosivos dentro de um café no centro de Paris. Também era Brahim o responsável por fornecer dinheiro para a operação.

Apesar disso, Abdeslam afirmou que Abaadoud, morto pela polícia francesa cinco dias depois dos ataques, era o chefe da célula. Os dois mal se conheciam, segundo ele, já que só tinham se visto "uma única vez". Investigadores indicaram que essa é uma das mentiras de sua confissão, já que ambos foram condenados juntos por um crime comum em 2010.

Abdeslam, que pediu para ser extraditado à França, também mentiu ao dizer que não reconhecia Najim Laachraoui em uma fotografia. Três dias depois do depoimento, Laachraoui detonou uma mala lotada de explosivos no aeroporto de Bruxelas em uma das ações terroristas ocorridas na terça-feira na Bélgica.

No entanto, em 2015, o próprio Abdeslam viajou à Hungria para buscar Laachraoui e levá-lo até a Bélgica, de acordo com o registro do controle de fronteiras entre Áustria e Hungria. /EFE

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