
17 de setembro de 2010 | 12h16
BANGCOC - Cerca de mil de partidários da frente antigovernamental dos chamados "camisas vermelhas" desafiaram nesta sexta-feira, 17, o estado de exceção vigente em Bangcoc para exigir, em uma manifestação, a libertação de seus colegas.
Com esta manifestação, a primeira desde que os soldados usaram a força das armas para conter os protestos dos camisas vermelhas em maio, a frente antigovernamental renovou sua campanha contra o governo do primeiro-ministro Abhisit Vejjajiva líder do Partido Democrata.
Os manifestantes, que são membros da Frente Unida para a Democracia e Contra a Ditadura marcharam de forma pacífica por ruas do norte de Bangcoc até chegar à prisão de Klong Prem, onde estão presos vários de seus líderes e dezenas de ativistas.
O protesto junto à prisão "se repetirá cada semana até que nossos amigos sejam libertados", disse à imprensa o deputado do partido opositor Puea Thai e líder dos camisas vermelhas, Jatuporn Prompan.
Desde o final dos protestos de abril e maio, as forças de segurança detiveram mais de 400 "camisas vermelhas" cujos nomes estão em uma lista com aproximadamente 800 pessoas acusadas desde "participação em manifestação ilegal" a "posse de armas" e "terrorismo".
simultaneamente, grupos formados por centenas de "camisas vermelhas" se manifestaram com o mesmo objetivo na cidade de Chiang Mai, a segunda maior do país, assim como em diversas localidades do nordeste do país.
O governo elevou o estado de alerta em Bangcoc perante o risco de focos de violência por ocasião da manifestação que os "camisas vermelhas" planejam realizar no próximo domingo para lembrar o quarto aniversário do golpe de estado que derrubou seu maior mentor, o ex-primeiro-ministro Thaksin Shinawatra, que continua exilado.
No final de maio, os "camisas vermelhas" se viram forçados a dissolver o grupo quando as tropas tomaram as ruas após nove semanas de protestos e esporádicos enfrentamentos nos quais 91 pessoas morreram e 1.800 ficaram feridas.
As manifestações transgridem o estado de exceção e representam um desafio ao poderoso Exército, poucos dias antes de assumir seu comando o general Prayuth Chanocha, militar linha dura que dirigiu as operações para conter os protestos anteriores.
Os "camisas vermelhas" afirmam que sua mobilização é o resultado da desatenção do meio rural e consideram que o governo de Vejjajiva é ilegítimo, pois chegou ao poder por meio de pactos parlamentares com deputados que mudaram de partido.
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