Tailândia adia extradição do 'Mercador da Morte' aos EUA

Segundo primeiro-ministro, ainda há pendências no processo judicial do suposto traficante de armas

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BANGCOC - A Tailândia decidiu nesta quarta-feira, 25, adiar a extradição aos Estados Unidos do suposto traficante de armas, Viktor Bout, quando o dispositivo de segurança para a transferência do chamado 'Mercador da Morte' estava em andamento. O adiamento indefinido foi anunciado pelo primeiro-ministro, Abhisit Vejjajiva, que assinalou à imprensa que "ainda estão pendentes vários trâmites do processo judicial. Hoje (quarta-feira) não vai ser". A polícia tailandesa informou que Bout seria extraditado nesta quarta, e o avião fretado pela Administração americana para transportar o prisioneiro já tinha chegado ao aeroporto de Don Muang, a cerca de 30 quilômetros de Bangcoc. Bout foi levado segunda-feira passada à prisão de máxima segurança de Bang Kwang, desde outra para presos preventivos e com penas menores. Nesta semana, o governo dos EUA pediu à Tailândia que retirasse as acusações de fraude e lavagem de dinheiro que Washington apresentou em fevereiro contra Bout, para acelerar a transição. Um tribunal tinha previsto examinar os dois delitos no dia 4 de outubro. A Procuradoria Geral da Tailândia assinalou em comunicado que Bout tem que permanecer no país até que seja feito um pronunciamento da Justiça sobre as duas novas acusações ou elas sejam retiradas. "Qualquer departamento que decida libertá-lo antes que o tribunal se pronuncie terá transgredido a lei", advertiu a procuradoria em mensagem. Por sua parte, a embaixada dos Estados Unidos em Bangcoc preferiu não fazer comentários sobre o caso, e disse que se tratava de um assunto que estava nas mãos do Departamento de Justiça. O Tribunal de Apelações da Tailândia concedeu a extradição de Bout aos EUA em 20 de agosto, e fixou um prazo de 90 dias para realizar a transferência, que, caso não aconteça nesse tempo, fará com que Bout seja expulso do país asiático. Vejajiva negou no sábado passado que seu governo tenha interferido no caso Bout, em reação ao protesto feito pelo Ministério russo de Assuntos Exteriores, que qualificou como "política" a decisão da Justiça de autorizar a extradição. Bout foi detido em um luxuoso hotel de Bangcoc, em 2008, em uma operação organizada por agentes americanos.

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