23 de fevereiro de 2015 | 09h52
A Justiça tailandesa condenou à prisão dois jovens acusados de insultar a monarquia durante uma peça apresentada na universidade Thammasat, em Bangcoc. A sentença de dois anos e meio foi dada ao estudante Patiwat Saraiyaem, de 23 anos, e à ativista Porntip Mankong, de 26 anos, pela apresentação feita em outubro de 2013.
A peça, que lembrava os 40 anos dos protestos pró-democracia reprimidos pelo regime militar em 1973, foi considerada danosa à imagem da monarquia tailandesa. “A Corte considera que suas ações em uma obra representada diante de um público numeroso causou um grave prejuízo à monarquia”, disse o juiz.
A leitura do veredito no tribunal foi acompanhada por representantes da ONU e da União Europeia, que consideram o caso um exemplo de repressão contra a liberdade de expressão. Os réus acompanharam o julgamento com os pés algemados.
A obra 'A Noiva do Lobo' é uma sátira sobre um reino fictício, o que causou polêmica no país do Sudeste Asiático.
Além dos jovens condenados, a polícia busca outros seis membros da companhia Prakai Fai, dos quais dois estão exilados. Eles são acusados de violar a lei de lesa-majestade, conhecida como o “artigo 112”, que pode levar a penas de até 15 anos de prisão por insultos ao rei, à rainha ou aos seus herdeiros.
O rei tailandês, Bhumibol Adulyadej, de 87 anos, é reverenciado em todo o país como um semideus e está protegido por uma das leis de difamação real mais severas do mundo. /AFP
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