Taleban ameaça potências no Afeganistão com nova ofensiva

Anúncio vem à tona no momento em que o Reino Unido se prepara enviar uma nova leva de soldados ao Afeganistão com o intuito de barrar o grupo islâmico

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Por Agencia Estado
Atualização:

Reforçado com novas armas, o Taleban prometeu nesta sexta-feira, 23, que este será o ano mais mortífero para os soldados estrangeiros presentes no Afeganistão desde que o grupo islâmico foi deposto em 2001. O anúncio acontece no mesmo dia em que o Reino Unido anunciou que enviará um novo contingente de soldados ao país asiático. "Este ano será o mais sangrento para os soldados estrangeiros. Isso não é apenas uma ameaça, conforme provaremos", disse à Reuters, por meio de um telefone via satélite, o mulá Dadullah, importante comandante do Taleban. "Os preparativos do Taleban para a guerra vêm acontecendo nas cavernas e nas montanhas. Nossos 6 mil combatentes estão prontos para atacar os soldados estrangeiros depois da mudança do clima, assim que as temperaturas subirem." Os comentários do mulá vêm à tona no momento em que o Reino Unido se prepara para aprovar um plano para enviar uma nova leva de soldados ao Afeganistão com o intuito de repelir a ofensiva prevista para acontecer nos próximos meses, afirmou o secretário da Defesa britânico, Des Browne. Segundo reportagem do jornal The Guardian, esse contingente contará com mil homens. Ofensiva Taleban O ano passado foi o ano mais violento do Afeganistão desde a deposição do Taleban, em 2001. Houve um grande aumento no número de atentados suicidas depois de batalhas terem imposto pesadas baixas aos rebeldes. Com o derretimento da neve do inverno, nas últimas semanas, a violência já recrudesceu dramaticamente. Desde o final de 2006, comandantes da Organização para o Tratado do Atlântico Norte (Otan) vêm se referindo a uma crescente escalada na ofensiva Taleban contra alvos ocidentais, e pediram uma ampliação no engajamento de soldados pelos países da aliança no país asiático. Em uma recente entrevista coletiva na Casa Branca, o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, também comentou o perigo de uma nova onda de ataques taleban durante o verão no hemisfério norte, e exigiu uma maior cooperação de seus parceiros da Otan. Embora possuam tropas no Afeganistão, alguns países como a Espanha e a Alemanha restringem as missões de seus homens para evitar o risco de conflitos mais acirrados. Não por acaso, além do Reino Unido, Austrália e Dinamarca anunciaram que poderão ampliar suas missões no Afeganistão em mil e 200 homens, respectivamente. Atualmente, Camberra mantém 500 soldados, enquanto Copenhagen possui 400 homens no país. Rearmamento Segundo o taleban Dadullah, o grupo islâmico tem recebido mais armas, entre as quais algumas capazes de derrubar helicópteros da Otan e dos EUA considerados cruciais para operar nesse país de terreno irregular e montanhoso. O mulá, porém, não identificou a origem exata dos novos armamentos. Os rebeldes afirmaram ter derrubado um helicóptero Chinook de motor duplo no começo deste mês, no sul do Afeganistão. Na queda, que segundo o piloto americano da aeronave teria sido resultante de uma falha nos propulsores, oito soldados dos EUA morreram e 14 ficaram feridos. Os insurgentes já disseram ter derrubado vários helicópteros estrangeiros. Mas apenas um episódio do tipo foi confirmado desde a guerra de 2001. Esse episódio aconteceu em 2005, quando 17 soldados morreram depois de o aparelho em que estavam ter sido atingido durante um combate. Texto atualizado às 20h25 para acréscimo de informações

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