14 de março de 2012 | 03h08
Qayum e Shah Wali Karzai conseguiram escapar em um carro sem ferimentos. Participavam da cerimônia também o governador da Província de Kandahar, Tooryalai Wesa, e o ministro de Assuntos Tribais, Asadullah Khalid. As quatro autoridades estavam protegidas por um forte esquema de segurança.
O porta-voz do Taleban Qari Yousef Ahmadi confirmou que o grupo é o autor do ataque. O Distrito de Panjwai, em Kandahar, é berço do movimento islâmico. Em comunicado divulgado antes do atentado, a milícia prometera revidar o massacre.
"O emirado islâmico adverte os animais dos EUA que seus mujahedin farão justiça", diz o texto. "Com a ajuda de Deus, matarão e decapitarão seus soldados assassinos e sádicos."
Segundo Qayum Karzai, a comitiva pensou que os primeiros tiros fossem de soldados do Exército disparando para o alto enquanto o grupo prestava condolências às famílias das vítimas. Ainda de acordo com o irmão do presidente, o tiroteio teve pequenas proporções. "Foram apenas dois tiros", disse.
A versão de outras testemunhas do ataque é diferente. Segundo moradores de Balandi, os militantes chegaram à cerimônia em motocicletas e abriram fogo contra a comitiva. Os soldados que faziam a segurança da delegação reagiram e o tiroteio teria durado 20 minutos.
A comitiva enviada por Karzai deu US$ 2 mil às famílias dos mortos e US$ 1 mil às dos feridos como compensação pela tragédia. O governo americano também pretende pagar uma reparação aos civis.
Aos moradores de Balandi, representantes do governo disseram que o responsável pelo massacre agiu sozinho e tinha problemas mentais.
Em Jalalabad, a leste de Cabul, um grupo de cerca de 2 mil estudantes protestou contra o massacre de domingo. "Morte à América e ao soldado que matou nossos civis", gritaram os manifestantes. Eles exigiram que o presidente afegão desista de um acordo com os EUA que manterá tropas americanas depois da retirada, prevista para 2014. Os estudantes também querem que o soldado responsável pelo massacre de domingo seja julgado e condenado à morte. / AP e NYT
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