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Taleban desafia EUA a virem "lutar cara a cara com a gente"

Por Agencia Estado
Atualização:

Depois de quatro semanas de bombardeios americanos, uma alta autoridade do Taleban afirmou hoje que líderes afegãos estão se preparando para uma longa guerra e desafiou os Estados Unidos a entrarem no país com tropas terrestres. "Estamos nos preparando para uma longa guerra", disse o porta-voz do Taleban, Amir Khan Muttaqi. "Se eles são tão poderosos, então por que eles não enviam seus soldados para lutar cara a cara com a gente?". "Ao invés disso, eles estão usando tecnologia sofisticada contra nós", afirmou Muttaqi. "Eles estão com medo?". Os comentários de Muttaqi ecoaram declarações desafiadoras de outros líderes talebans, que insistem em que os bombardeios dos EUA não conseguiram minar sua moral ou abalar o controle deles no destroçado país. Os Estados Unidos mantêm que os ataques aéreos, agora em sua quinta semana, comprometeram as defesas do Taleban e enfraqueceu o domínio deles no país. Muttaqi insistiu em que a campanha aérea não provocou qualquer mudança nas linhas de frente onde tropas do Taleban enfrentam a Aliança do Norte, apoiada pelos EUA. A aliança reconhece que suas forças não obtiveram ainda nenhuma grande vitória, mas afirma que está preparando uma grande ofensiva contra Cabul e outras cidades. Na última semana, jatos anglo-americanos bombardearam intensamente linhas de frente do Taleban numa tentativa de enfraquecê-las e permitir avanços das tropas da Aliança do Norte. Mas, por enquanto, a aliança não foi capaz de avançar. Uma nova ofensiva da oposição contra a cidade nortista de Mazar-i-Sharif estava perdendo força, enquanto emergiam sinais de divisões étnicas entre a aliança. O general usbeque Rashid Dostum, um parceiro na aliança, não tem sido capaz de manter unidas suas tropas, de apenas cerca de 700 homens, na maioria desmoralizados, disse Ashraf Nadeem, um porta-voz do destituído presidente Burhanuddin Rabbani. "Os esforços deles não produziram nada", disse Muttaqi a repórteres na capital afegã. "A cooperação internacional com o governo americano está enfraquecendo dia a dia. Os gritos de Morte à América crescem dia a dia". Leia o especial

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