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Taleban executa casal 'adúltero' por apedrejamento no Afeganistão

Segundo testemunhas, par que admitiu caso foi morto em vilarejo controlado pelos insurgentes

Atualização:

CABUL - Autoridades da província de Kunduz, no Afeganistão, afirmaram nesta segunda-feira, 16, que um homem e uma mulher foram executados a pedradas em um vilarejo sob controle do Taleban. Ambos foram executados após serem acusados de ter um caso. Segundo os relatos, o homem tinha uma esposa e a mulher estava noiva.

 

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Testemunhas disseram à BBC que o casal foi apedrejado em um mercado lotado no vilarejo de Mullah Quli no domingo. Antes da execução da sentença, membros do Taleban afirmaram que o casal confessou o caso. No início deste mês, relatos deram conta de que o Taleban castigou com chicotadas e depois matou uma mulher grávida na província de Baghdis. Contra o apedrejamento A lei islâmica, ou Sharia, pune com castigos públicos o sexo entre pessoas não casadas. O apedrejamento até a morte é a pena para os condenados por casos extraconjugais. Durante os anos em que controlou todo o Afeganistão (1996-2001), o Taleban aplicou com rigor esses princípios. Organizações ocidentais de direitos humanos pedem o fim deste tipo de punição, normalmente aplicada após julgamentos sumários e muitas vezes somente à mulher. A Anistia Internacional e o movimento Stop Stonning qualificam a prática de "brutal". O caso de maior repercussão atualmente é o da iraniana Sakineh Mohammadi-Ashtiani, que já foi punida com chicotadas pela acusação de adultério no Irã. Sakineh foi condenada à morte por apedrejamento, mas diversos governos e organizações ao redor do mundo pediram clemência ao governo iraniano. Até o Brasil já ofereceu asilo à condenada - Teerã diz que nunca recebeu uma comunicação formal do governo brasileiro. Quando a oferta foi feita, o governo iraniano disse que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva estava "mal informado" sobre o caso de Sakineh. Na semana passada, a TV estatal iraniana divulgou o que disse ser uma confissão voluntária da mulher, mas organizações de direitos humanos disseram crer que a admissão foi feita sob tortura.

 

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