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Taleban mantém posição sobre Bin Laden

Por Agencia Estado
Atualização:

Treze dias de intensos bombardeios não abrandaram os talebans afegãos, que "não mudaram de opinião" sobre Osama bin Laden e estão "dispostos" a enfrentar as tropas de terra anglo-americanas. Foi o que afirmou Abdul Salam Zaeef, o embaixador dos talebans no Paquistão, que retornou hoje a Islamabad após passar uma semana no Afeganistão. O embaixador disse que os talebans "não têm notícias" das tropas especiais britânicas e norte-americanas, que, segundo o Pentágono, já entraram no Afeganistão, embora em contingentes "muito limitados". No Paquistão, uma autoridade do Taleban disse que seu lado não teme os comandos dos Estados Unidos. "Quinze ou 20 homens não serão capazes de fazer nada", afirmou o porta-voz da embaixada taleban em Islamabad, Sohail Shaheen. "Se eles querem enviar soldados, eles deveriam enviar 100.000. Então poderá haver uma luta entre nossos soldados e os deles. Por enquanto, trata-se apenas de uma guerra contra civis. Apenas nossos civis estão morrendo." Zaeef também desmentiu que exista algum vínculo entre os casos de antraz ocorridos nos EUA e os talebans ou a organização terrorista de Bin Laden, a Al-Qaeda. "Nem sequer sabemos o que é o antraz", disse Zaeef. "Tivemos perdas - disse o representante taleban - mas nossa capacidade militar está intacta. Estamos nos preparando para uma longa guerra". O embaixador disse que os bombardeios "têm na mira objetivos civis", sem falar no número de vítimas. Outro dirigente dos talebans, Abdul Hai Mutmaen, disse que até agora "entre 600 e 900" pessoas morreram ou estão desaparecidas. Já voluntários de organizações humanitárias internacionais que chegaram hoje ao Paquistão procedentes de Cabul disseram ter visitado os lugares bombardeados e terem "determinado" que os ataques causaram a morte de 10 civis. Ao mesmo tempo, a notícia de que pelo menos três homens da Al-Qaeda foram assassinados nos bombardeios perto de Jalalabad (no leste do Afeganistão) parece confirmar que os ataques apontam para objetivos militares. Em perfeito "estilo taleban", Zaeef criou um novo mistério, afirmando, logo após chegar diante dos repórteres a Quetta, perto da fronteira entre Paquistão e Afeganistão, que tem um "novo plano" para pôr fim à guerra, mas negando-se a falar sobre o tema poucas horas depois, durante uma entrevista à imprensa em Islamabad. Leia o especial

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