Taleban mata três soldados dos EUA em atentado no Paquistão

Ataque a comboio mata oito; mais cedo, bombardeio não-tripulado americano deixou 31 rebeldes e civis mortos

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Por Agência Estado
Atualização:

Um atentado contra um comboio de trabalhadores humanitários deixou oito mortos e 65 feridos no noroeste do Paquistão nesta quarta-feira, 3.  Três das vítimas eram soldados americanos, uma, um paramilitar paquistanês e as outras quatro, civis. O Taleban reivindicou a autoria do ataque.

 

Mais cedo, um bombardeio de aviões não tripulados dos EUA deixou pelo menos 31 mortos entre insurgentes e civis.

 

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Segundo fontes policiais e dos serviços de inteligência, o comboio que sofreu o atentado era escoltado por forças de segurança paquistanesas. Três soldados americanos, quatro meninas e um paramilitar paquistaneses foram as vítimas do ataque.

 

Uma fonte policial citada pela rede de televisão Dawn TV tinha anunciado antes a morte de três jornalistas estrangeiros no atentado. De acordo com a última versão, no comboio havia estrangeiros. As fontes não confirmaram o nome da ONG à qual pertenciam, nem suas nacionalidades.

 

Segundo a versão de vários veículos de imprensa paquistaneses, o grupo se dirigia para a localidade de Madian para assistir à inauguração de um centro educativo. O ataque aconteceu por volta das 11h15 locais (4h15 em Brasília), quando uma bomba que estava junto à estrada explodiu enquanto o comboio passava.

 

A potente explosão destruiu pelo menos três veículos e danificou gravemente a escola. Parte da estrutura desabou, deixando presas dezenas de estudantes entre os escombros. Segundo versões das televisões Dawn e Express, entre os feridos também há jornalistas paquistaneses. Os feridos foram levados a um hospital da capital da demarcação enquanto as forças de segurança isolaram a zona.

 

Tanto o primeiro-ministro paquistanês, Yousef Raza Gilani, quanto o ministro de Exteriores, Shah Mehmood Qureshi, condenaram o atentado e ordenaram a abertura de uma investigação em comunicados oficiais.

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Segundo relatório recente do Instituto do Paquistão para Estudos de Paz, cerca de 12 mil pessoas morreram em 2009 em fatos violentos no país, e mais de 3 mil, a maioria civis, em consequência de atentados terroristas.

 

Bombardeio dos EUA

 

Pelo menos 31 pessoas morreram e várias ficaram gravemente feridas em um bombardeio lançado na terça-feira por aviões não tripulados dos EUA no noroeste do Paquistão, informaram nesta quarta fontes citadas pela emissora Geo TV.

 

Os aviões-espiões dispararam 18 mísseis sobre diferentes localidades do município de Data Khel, na conflituosa região tribal do Waziristão do Norte, um dos redutos dos fundamentalistas paquistaneses.

 

Inicialmente, foi divulgado que 17 pessoas morreram no ataque, mas que o total de vítimas poderia aumentar, já que os serviços de resgate não puderam atuar imediatamente devido à possibilidade de novos bombardeios. Entre as vítimas há rebeldes, aldeões e cidadãos estrangeiros, disseram à "Geo TV" vários funcionários do governo na cidade de Miranshah, a capital do Waziristão do Norte.

 

O povoado mais afetado pelo ataque foi o de Deegan, segundo os funcionários. No mesmo lugar, na semana passada, os taleban disseram ter derrubado um avião não tripulado dos EUA que sobrevoava a região.

 

No bombardeio de terça, mísseis também atingiram as localidades de Thooth Narray, onde quatro mísseis mataram sete pessoas e feriram outras seis, Khar Kamar e Mohammad Khel. Neste último povoado, os projéteis atingiram aldeões que se preparavam para ajudar nos trabalhos de busca.

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Segundo fontes das tribos, os aviões não tripulados começaram a sobrevoar a região pela manhã. Em resposta, os insurgentes acionaram baterias antiaéreas instaladas em caminhões de cabine dupla.

 

Os porta-vozes paquistaneses disseram que não poderiam dar um número preciso de vítimas porque o governo está ausente na região, um território inóspito e montanhoso sobre o qual Paquistão jamais teve total controle. "Não temos presença física na área e não há instalações telefônicas. Temos nosso pessoal de segurança posicionado em seus postos de controle no alto das colinas, mas estão longe dessa região", disse à Geo TV uma fonte do governo.

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