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Taleban não controlará armas nucleares do Paquistão, diz Gates

No Afeganistão, secretário de Defesa americano diz que insurgentes de usar civis como escudo humano

Por Agências internacionais
Atualização:

O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Robert Gates, afirmou nesta quinta-feira, 7, que o Taleban "foi longe demais" ao avançar em um distrito paquistanês perto da capital. Em visita ao vizinho Afeganistão, Gates disse acreditar que o Exército paquistanês esteja combatendo o Taleban. No entanto, há "pouca chance" de que o Taleban possa se fortalecer o suficiente no Paquistão para ganhar controle sobre as armas nucleares do país, avaliou Gates.

 

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O secretário está no Afeganistão para ver como as forças norte-americanas estão se preparando para uma nova investida contra o Taleban e outros grupos militantes. A maior parte de sua viagem, no entanto, está sendo ofuscada por mortes de civis vítimas de um ataque aéreo norte-americano realizado no fim de semana.

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Gates lamentou as mortes de civis e acusou os taleban de utilizarem a população como escudo em seus ataques às forças internacionais. "Lamentamos profundamente qualquer baixa civil, mas o povo deve reconhecer que causar estas mortes faz parte da estratégia fundamental dos taleban, e é um exemplo da forma impiedosa com a qual lutam", disse Gates em coletiva de imprensa concedida em Cabul.

 

Fontes oficiais afegãs calculam que o número de mortos entre civis pode passar de 100. Em visita a Washington, o presidente do Afeganistão, Hamid Karzai, ordenou ontem uma investigação sobre o incidente. Segundo Gates, "em muitos casos, os taleban usam os civis como escudos. Eles se misturam com à população e, então, atacam" as tropas estrangeiras.

 

Na entrevista, o secretário falou sobre a resposta militar do Exército paquistanês aos avanços da insurgência taleban no noroeste daquele país. Gates explicou que o avanço insurgente em distritos próximos a Islamabad "serviu de alarme" para o Governo, que já iniciou as operações para combater o problema. "Acho que a reação do Exército paquistanês demonstra que este país está consciente do perigo que existe na sua região ocidental", afirmou o secretário, que descartou uma intervenção militar americana no Paquistão.

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